Por decisão do Conselho de Sentença do 2º Tribunal do Júri da Capital foi condenado na madrugada desta sexta-feira (13), a 52 anos e seis meses de reclusão o policial militar Thiago Rezende Viana Barbosa. Ele, que também foi condenado à perda do cargo público é um dos envolvidos no assassinato de cinco jovens, em Costa Barros, Zona Norte do Rio, em novembro de 2015. Ele . O júri foi presidido pelo juiz Daniel Cotta.
De acordo com a denúncia no autos, Thiago é o policial que aparece em uma gravação tampando a câmera de segurança de uma oficina mecânica que filmava os movimentos dos PMs momentos antes do crime.
No julgamento, foram ouvidas cinco testemunhas. A primeira foi Lourival Fernandes, um dos dois jovens sobreviventes, que depôs na condição de vítima. Como é surdo-mudo, Lourival deu seu testemunho através de um intérprete de libras. Ele e seu amigo Wilkerson de Oliveira acompanhavam de moto o carro onde estavam os cinco rapazes e conseguiram escapar dos tiros. Ele afirmou ter visto o carro ser alvejado pelos policiais.
Depois depuseram Paloma de Oliveira, irmã de Wilkerson e de um dos mortos, Wilton; e Jorge Lima da penha, pai da vítima Roberto de Souza Penha. Que chegaram ao local logo após os tiros e afirmaram ter visto quando uma arma de brinquedo foi colocada perto de uma das rodas dianteiras do veículo por um dos policiais
O quarto depoimento foi do major da PM Daniel de Moura, que na época era o comandante da companhia. Que afirmou que a versão que chegou até ele foi a de que o motorista de um caminhão de cervejas estava sendo feito refém e que, ao chegarem ao local, os policiais teriam sido recebidos a tiros pelos ocupantes do carro, tendo, então, revidado.
O último a depor foi o perito Cristiano Magalhães, contratado pela defesa de Thiago, que afirmou ter concluído que os disparos que mataram os cinco rapazes não partiram das armas dos policiais.
Thiago foi o último dos quatro policiais envolvidos no crime a ser julgado. Antonio Carlos Filho e Marcio Alves dos Santos foram condenados a 52 anos e seis meses de reclusão. Além da pena pelos cinco homicídios duplamente qualificados, Antonio também foi condenado a oito meses e cinco dias de detenção por fraude processual. Foi determinada, ainda, a perda do cargo público de ambos. O PM Fábio Pizza foi absolvido de todos os crimes.
O Fiat Palio em que eles estavam Wilton Esteves Domingos Júnior, Roberto de Souza Penha, Carlos Eduardo da Silva de Sousa, Wesley Castro Rodrigues e Cleiton Correa de Souza foi atingido por mais de 100 tiros.