Psicólogo é acusado de cometer crime sexual contra paciente

Créditos: AlexLMX / iStock

O Ministério Público de São Paulo denunciou o psicólogo Eltor Soares Pereira Teixeira, de 44 anos, sob acusação de crime de natureza sexual contra uma paciente, que na época tinha 23 anos e havia procurado o terapeuta por indicação de uma profissional de um abrigo para mulheres em que ela morava. A informação é da coluna de Rogério Gentile, no UOL.

De acordo com a denúncia feita pela promotora Luciana Malheiros, após cinco sessões on-line, o psicólogo disse que seria necessário fazer um atendimento presencial, pois "gostaria de analisar a linguagem corporal" da paciente. No dia 13 de agosto do ano passado, ela foi ao endereço indicado e ao final da sessão, Elton, perguntou sobre sua sexualidade, dizendo que ela era muito retraída.

Segundo o Ministério Público (MP), ele disse conhecer uma técnica que poderia ajudá-la a potencializar a sexualidade para ter orgasmo e prazer, uma "ciência séria que se chama 'massagem relaxante orgástica'". A paciente disse ter ficado em dúvida, mas, diante da insistência do psicólogo e confiando na seriedade do profissional, concordou em se submeter ao tratamento.

"Eltor passou a tocá-la no ânus e na vagina com as mãos, e, depois, pedindo que ela se virasse, lambeu os seios e colocou a boca na vagina da vítima", declarou o Ministério Público na denúncia.

"Muito constrangida com a situação, a paciente disse ao psicólogo que não se sentia confortável, porém ele continuou com seu intento lascivo, dizendo que aquela situação era normal."

Créditos: Indi999 / iStock

De acordo com o relato feito pelo Ministério Público, o psicólogo pegou a mão da paciente e a colocou em seu pênis. Ainda mais constrangida, ela retirou. "O psicólogo, então se masturbou e ejaculou na barriga da jovem."

O Ministério Público disse que a paciente ficou muito confusa com a situação e saiu de lá afirmando que não voltaria mais. "Ao buscar esclarecimentos com outra psicóloga, tomou conhecimento de que tal tratamento recebido não era normal, quando percebeu, então, ter sido enganada, decidindo pelo registro da ocorrência na polícia."

Créditos: Katarzyna Bialasiewicz | iStock

Eltor foi denunciado por violação sexual mediante fraude (artigo 215 do Código Penal), cuja pena é de dois a seis anos de prisão. Em depoimento prestado à polícia ainda antes da proposta de acordo, o psicólogo admitiu ter feito a massagem terapêutica na paciente e declarou que é "um tratamento de cunho científico" indicado para quem "tem dificuldade em ter orgasmos".

Disse que sua atuação foi "extremamente profissional", que fez vários cursos na internet sobre a técnica e que já a aplicou em clientes (ele disse atuar como massagista também).

Declarou estar arrependido, mas disse que informou previamente à jovem de que a sua técnica consistia na realização de toque nas partes íntimas, inclusive com a utilização de "boca e língua até atingir o orgasmo". Ele confirmou no depoimento que se masturbou e ejaculou na barriga da paciente, argumentando que "faz parte do tratamento".

O Ministério Público, no entanto, ofereceu ao psicólogo uma proposta de "acordo de não persecução penal", por meio do qual, se ele confessar, terá apenas de pagar um valor de dois salários mínimos a uma entidade chamada Fraternidade Irmã Clara, que atende crianças e adultos portadores de paralisia cerebral.

A audiência para discutir o acordo estava programada para o dia 27 de julho.

A advogada Clarissa Höfling, que representa a paciente, disse a coluna ser contrária ao acordo. "A lei é clara em proibir a aplicação desse instituto quando o crime é praticado contra a mulher por razões de sua condição de sexo feminino", afirmou. "Além disso, a lei também proíbe a sua aplicação quando a prática do delito é habitual e, no caso, o próprio denunciado afirmou em seu depoimento na polícia que habitualmente aplica a massagem orgástica em seus pacientes."

Com informações do UOL.


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Assédio eleitoral: Britânia deve indenizar trabalhadora demitida por não apoiar Bolsonaro

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A empresa de eletrodomésticos Britânia, sediada em Curitiba (PR), foi condenada pela 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR) a pagar uma indenização por danos morais no valor de R$ 50 mil. A acusação foi de assédio eleitoral no ambiente de trabalho e demissão de uma funcionária por não apoiar o então candidato à presidência, Jair Bolsonaro (PL), nas eleições de 2022. O julgamento ocorreu na terça-feira, 14 de novembro.