Os trabalhadores terceirizados do Google em Pittsburgh (Pensilvânia – EUA) desejam formar um sindicato para conseguir um lugar na mesa de negociação com as companhias. As maiores empresas de tecnologia adotam a estratégia de terceirização para aumentar suas margens de lucro, prática que confere menos direitos e benefícios a esses trabalhadores.
No caso de Pittsburgh, dois terços dos 90 analistas de dados empregados pela HLC America, agência que terceiriza funcionários para o Google, votaram para o avanço do processo de sindicalização, conforme anúncio do sindicato United Steelworkers. Os funcionários integram a Pittsburgh Association of Tech Professionals, que é patrocinado em parte pelo sindicato de trabalhadores da siderurgia.
Os resultados serão encaminhados ao National Labor Relations Board (Conselho Nacional de Relações Trabalhistas) para que ocorra uma votação formal do sindicato. Basta maioria simples para a aprovação.
Uma funcionária da HCL, em comunicado à imprensa, disse que “Trabalhadores da HCL merecem mais do que eles receberam em termos de compensação, transparência e consideração, e isso acontece há muito tempo. […]. Enquanto o gerenciamento local tenta fazer o que pode, suas mãos geralmente estão atadas a uma política corporativa arbitrária”.
Os terceirizados vêm sendo chamados de “a força de trabalho paralela do Google”, pois representam metade dos funcionários da empresa. Recentemente, o grupo conseguiu garantir benefícios básicos, além de um salário mínimo de US$ 15 por hora, o que não foi usufruído por muitos que lutaram por eles, já que o Google limita o contrato a, no máximo, 2 anos. A maioria dos benefícios não entrará em vigor antes de 2020.
Um levantamento do Recode concluiu que os terceirizados da gigante de tecnologia ganham 42% menos do que seus colegas funcionários da companhia.
Além da questão salarial, outra reclamação frequente é a vulnerabilidade em que esses trabalhadores se encontram. Apesar da promessa do Google de rever o processo para reportar assédio sexual e agressão, os terceirizados disseram que não houve melhorias no processo separado e confuso de denunciar assédio.
No ano passado, centenas de relatos causaram uma demissão em massa, fato que chamou atenção até dos senadores dos EUA.
A diretora-assistente do sindicato United Steelworkers, Mariana Padias, não ouviu um posicionamento da gigante de tecnologia sobre este processo de sindicalização. Estando tudo correto no processo, a data oficial da eleição deve ocorrer dentro de 21 dias a partir da apresentação da petição.
(Com informações do Gizmodo)
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