Elon Musk processa ONG que denunciou discurso de ódio no Twitter por ‘afastar anunciantes’

Data:

Elon Musk processa ONG que denunciou discurso de ódio no Twitter por ‘afastar anunciantes’ | Juristas
Sept, 2019: Famous entrepreneur and CEO of Tesla and SpaceX Elon Musk. Vector portrait illustration.

A X Corp. empresa de tecnologia estabelecida pelo empresário Elon Musk em 2023 como sucessora do Twitter, Inc. entrou com um processo contra o Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH, na sigla em inglês), a informação é do Bloomberg. A alegação é de que o grupo sem fins lucrativos que monitora discurso de ódio online descreve falsamente a plataforma de mídia social como sendo “sobrecarregada com conteúdo nocivo”.

Na ação, aberta na segunda-feira (31 de julho) no tribunal federal de São Francisco, nos Estados Unidos, a empresa de Elon Musk afirma que o CCDH está “raspando” ilegalmente seus servidores e selecionando postagens questionáveis como parte de “uma campanha de intimidação para afastar os anunciantes”.

Elon Musk processa ONG que denunciou discurso de ódio no Twitter por ‘afastar anunciantes’ | Juristas
Hacker using laptop. Hacking the Internet.

A organização Center for Countering Digital Hate (CCDH), tem como principal foco combater discurso de ódio e desinformação na internet e possui escritórios no Reino Unido e nos EUA, divulgou relatórios apontando aumento do discurso de ódio desde a aquisição da plataforma por Elon Musk, em outubro passado.

O fundador do CCDH, Imran Ahmed, é uma voz respeitada nos debates sobre proliferação de fake news e conteúdo nocivo nas principais redes sociais, citado por jornais internacionais e convidado a falar em grandes eventos e parlamentos.

Jurisprudência em Teses do STJ
Créditos: mokee81 / iStock

A pesquisa mais recente, que disparou a ira de Musk, constatou que o então Twitter não agiu em 99% dos posts com discurso de ódio em contas que compraram o selo de autenticidade, permitindo a circulação de conteúdo racista, misógino, homofóbico, neonazista, antissemita e conspiracionista mesmo depois de sinalizados e com a chancela de confiáveis.

Em um post no blog, a X acusou o CCDH de fazer “afirmações enganosas” em uma tentativa de encorajar os anunciantes a pararem de investir e de “impedir o diálogo público”. A ONG é também acusada de violar os termos de serviço ao acessar indevidamente os dados do site e “alegar falsamente que tinha suporte estatístico mostrando que a plataforma está sobrecarregada com conteúdo prejudicial”.

Elon Musk processa ONG que denunciou discurso de ódio no Twitter por ‘afastar anunciantes’ | Juristas
O CEO da Tesla, Elon Musk.
Foto: ChinaImages

O X alega ainda que o CCDH é financiado por governos estrangeiros e por empresas de mídia tradicional que o veem como concorrente. Os relatórios da ONG teriam levado à perda de dezenas de milhões de dólares em receita publicitária pelo Twitter, agora X, segundo o processo.

Em uma publicação feita em seu blog, a empresa dona do ex-Twitter afirmou que a “suposta pesquisa da CCDH continha métricas usadas fora do contexto para fazer afirmações infundadas. A empresa ainda se baseou na liberdade de expressão para explicar o processo.

“A liberdade de expressão é fundamental para o funcionamento saudável de uma sociedade global – e se ela for retirada, é quase impossível recuperá-la. É por isso que continuaremos a defender os direitos das pessoas, incluindo mais de meio bilhão de usuários apaixonados que recorrem continuamente à nossa plataforma”, escreveu.

Com informações do Bloomberg e UOL.


Você sabia que o Portal Juristas está no FacebookTwitterInstagramTelegramWhatsAppGoogle News e Linkedin? Siga-nos por lá.

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

TJSP mantém condenação de acusados que aplicavam golpe em locadora de veículos

A 7ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a decisão da 13ª Vara Criminal da Capital, sob a juíza Erika Fernandes, que condenou três homens por associação criminosa, com um deles também condenado por estelionato, relacionado a um golpe praticado contra uma locadora de veículos. As penas impostas, variando entre um e dois anos de reclusão, foram convertidas em medidas alternativas, incluindo prestação pecuniária e serviços comunitários.

Tribunal nega devolução em dobro após depósito realizado por engano

A 2ª Vara Cível de Araraquara julgou um caso envolvendo a devolução de R$ 37 mil que foram depositados por engano em uma empresa após um contrato de securitização de ativos empresariais. Após o acordo, a empresa não mais gerenciava os ativos, mas recebeu indevidamente o depósito de uma devedora. A empresa devolveu o dinheiro 14 dias após o depósito, mas apenas depois que a ação foi ajuizada, o que levou a autora a pedir a devolução em dobro, alegando retenção indevida do montante.

Estado indenizará estudante trans depois de ofensas de professor

A Vara da Fazenda Pública de Guarujá condenou o Estado de São Paulo a pagar uma indenização por danos morais no valor de R$ 8 mil a uma estudante trans, devido a comentários ofensivos feitos por um professor sobre a comunidade LGBT em sala de aula. Além disso, foi estabelecido um pagamento de R$ 800 por danos materiais, referente aos custos com tratamento psicológico que a estudante teve após o incidente.

Ré é condenada por uso de embalagem similar ao da concorrente

A 5ª Vara Cível de Barueri condenou uma empresa do ramo alimentício por praticar concorrência desleal ao comercializar geleias em potes e embalagens muito parecidos com os de uma marca concorrente. A decisão judicial ordenou que a empresa ré cessasse o uso desses produtos e determinou o pagamento de uma indenização por danos materiais, cujo montante será definido na fase de liquidação do processo.