Apesar de ser o líder mundial em taxas de obesidade, com um custo anual de US$ 147 bilhões, os Estados Unidos permitem que empregadores discriminem pessoas obesas, não havendo ilegalidade na prática.
A legislação federal norte-americana proíbe o preconceito com base em raça, sexo, religião, idade e deficiência física, mas não protege pessoas com excesso de peso. Somente Michigan e algumas cidades possuem uma lei que proíbe empregadores de discriminar empregados ou candidatos a emprego com base no peso.
Cidadãos obesos já tentaram a Justiça Federal e as estaduais contra essas práticas, baseando-se na “Americans With Disabilities Act” (Lei dos Americanos com Deficiência), mas não obtiveram sucesso.
Os especialistas e alguns órgãos, como a Comissão de Oportunidades Iguais no Emprego (Equal Employment Opportunity Commission), destacam que a “aparência” é uma questão extremamente considerada no mercado de trabalho. E, consequentemente, afeta mais as mulheres, porque se exige mais delas.
Alguns estudos trazem dados alarmantes. Estima-se que 43% das entrevistadas (2,4 mil mulheres obesas ou com excesso de peso) sabem que são discriminadas e que são estigmatizadas por seus empregadores, e 54% veem discriminação de colegas de trabalho.
Outra pesquisa concluiu que 90% das mulheres entrevistadas são discriminadas no trabalho e excluídas de eventos sociais. Mas entre os homens, a porcentagem cai para 8%.
O médico Scott Butsch, diretor de medicina da obesidade do instituto de cirurgia bariátrica da Clínica de Cleveland, disse que “a discriminação contra pessoas com excesso de peso muitas vezes não é explícita. Mas tornam-se flagrantemente óbvias em algum ponto”. Por isso, inúmeros profissionais se submete à cirurgia bariátrica. (Com informações do Huffpost e Consultor Jurídico.)