Muito se fala sobre como a tecnologia invadiu todos os segmentos econômicos. Na advocacia, ela também se comportou assim e trouxe inúmeras inovações.
Apesar disso, muitos escritórios não estão prontos para adotar essas soluções.
As empresas se esforçam para reduzir custos com a tecnologia, obtendo uma previsão orçamentária melhorada e um gerenciamento jurídico eficiente de projetos.
Mas há quem considere as novas tecnologias propensas a erros ou não seguras, inclusive advogados. Ainda assim, em 2017, o financiamento em tecnologia legal atingiu o recorde de US$ 304 milhões. As legaltechs estão a todo vapor, produzindo os melhores produtos para profissionais da área jurídica.
A inteligência artificial entrou em cena, apesar de ainda ser pouco aproveitada nos escritórios de advocacia. Os departamentos jurídicos, por terem um orçamento maior, já investem mais nessa tecnologia. Aos poucos, os profissionais passam a entender as soluções tecnológicas como meios de melhorar seus processos, otimizando a prestação de serviços aos clientes.
Mesmo com o cenário favorável, não é fácil convencer os escritórios de advocacia a adotar a tecnologia. E esse ceticismo tem a ver com a personalidade dos advogados. É possível que ela seja uma das causas da lacuna de inovação.
Os advogados são cautelosos por natureza e treinados para buscar fatos e procurar o negativo em todas as situações, a fim de reduzir o risco. Embora isso pareça um traço negativo, faz sentido quando se pensa na responsabilidade de um advogado proteger seu cliente. Mas o ceticismo aumenta com o tempo, porque os advogados trabalham em um ambiente cético.
Se esta mentalidade de “pensamento crítico” é aplicada às novas soluções de tecnologia aplicáveis ao mundo jurídico, é compreensível que alguns advogados estejam relutantes em mudar.
Embora possa ser da natureza de um advogado minimizar o risco e imaginar o pior cenário possível, as empresas que mudarem sua perspectiva e receberem novas tecnologias de braços abertos vencerão no longo prazo.
Os escritórios de advocacia que conseguirem fechar a lacuna de inovação serão os que ganharão vantagem sobre a concorrência. Eventualmente, isso será uma grande surpresa para outras empresas que optaram pelo lema “melhor prevenir do que remediar”. Pequenas mudanças de mentalidade são necessárias. (Com informações da Ross Intelligence.)