Auxiliares de Bolsonaro pedem que STF julgue recursos e revogue prisões

Data:

STF / Ministro Marco Aurélio / Gilmar Mendes / Ricardo Lewandowski / Nunes Marques /
Sessão solene de posse do novo ministro da Corte, Cristiano Zanin, no Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Após três meses de prisão preventiva por suspeitas de envolvimento em fraudes nos certificados de vacinação contra a covid-19, assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro buscam a revogação de suas prisões. Eles fizeram a solicitação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para que esses pedidos sejam levados a julgamento na 1ª Turma ou no plenário.

Os advogados de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e dos ex-seguranças Max Guilherme e Sérgio Cordeiro, já apresentaram as solicitações, porém, Moraes ainda não emitiu uma decisão a respeito. Na última segunda-feira (7), a defesa de Sérgio Cordeiro reforçou o pedido a Moraes, manifestando preocupação com a "demora" no julgamento do recurso.

STF anula condenação de ex-presidente da Petrobras por cerceamento de defesa
Créditos: IndypendenZ | iStock

Na petição encaminhada a Moraes, os advogados de Cordeiro, Christiano Kuntz e Eduardo Kuntz, dizem: "Eminente ministro relator, uma vez amplamente demonstrada a injustificada morosidade na prestação jurisdicional, em caso em que o peticionário se encontra preso cautelarmente há mais de três meses, em nome da consagrada garantia constitucional da duração razoável do processo, requer digne-se Vossa Excelência (...) incluir o agravo regimental protocolizado por esta defesa na próxima sessão de julgamento a fim de que o órgão colegiado se manifeste".

STF afasta prisão de acusados presos há sete anos sem julgamento pelo Júri
Créditos: phoelixDE / shutterstock.com

Os pedidos feitos inicialmente para revogação das prisões foram negados no final de junho, em decisão de Alexandre de Moraes. Em seguida, os advogados recorreram para que o caso fosse discutido na Primeira Turma ou no plenário do STF, tentando contornar a decisão de Moraes. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já se manifestou a favor da soltura deles.

Os advogados do ex-ajudante de ordens Mauro Cid sustentaram ao STF que os diálogos encontrados em seu celular sobre supostas intenções de golpe de estado mantidos entre Cid e militares ocorreram no ano passado e, por isso, não justificariam que ele fosse mantido preso atualmente. Na petição, os advogados dele destacam, "(Mauro Cid) não detém o poder de influenciar e/ou tumultuar as investigações em andamento, tampouco encobrir os ilícitos que lhe são imputados ou destruir provas, não havendo que se falar, portanto, em atualidade do risco".

Entenda o caso

Auxiliares de Bolsonaro pedem que STF julgue recursos e revogue prisões | Juristas
Autor Ranid _Depositphotos_261883864_S

A Polícia Federal deflagrou no dia 3 de maio a Operação Venire, para apurar suspeitas de fraudes em certificados de vacina capitaneadas por Mauro Cid e outros alvos. Sob autorização de Moraes, a PF realizou a prisão preventiva de seis pessoas, que permanecem detidas desde então. A investigação apontou que Max Guilherme e Sérgio Cordeiro se beneficiaram com dados falsos inseridos em seus certificados de vacina.

Auxiliares de Bolsonaro pedem que STF julgue recursos e revogue prisões | Juristas
Créditos: loongar | iStock

A operação também cumpriu busca e apreensão contra diversos alvos, dentre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro. A apuração constatou que foram inseridos dados falsos no certificado de vacinação de Bolsonaro nos quais constava que ele teria tomado o imunizante contra a Covid-19. Posteriormente, os dados foram apagados.

Depois, a PF encontrou no celular de Mauro Cid diálogos nos quais militares discutem a possibilidade de um golpe de estado para não aceitar o resultado das eleições presidenciais do ano passado e impedir a posse do presidente Lula. Por isso, o ministro Alexandre de Moraes considerou que esses fatos traziam novos fundamentos para a manutenção da prisão de Mauro Cid.

Com informações do UOL.


Você sabia que o Portal Juristas está no FacebookTwitterInstagramTelegramWhatsAppGoogle News e Linkedin? Siga-nos

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Marcas Notoriamente Conhecidas: Proteção e Exemplos no Brasil

No mundo dos negócios, algumas marcas alcançam um nível de reconhecimento tão alto que se tornam notoriamente conhecidas. Essas marcas gozam de uma proteção especial, mesmo que não estejam registradas em todas as classes de produtos ou serviços. Este artigo aborda o conceito de marcas notoriamente conhecidas, a proteção legal conferida a elas no Brasil e exemplos de marcas que se enquadram nessa categoria.

Modelo de recurso contra multa por não obedecer à sinalização de trânsito

Modelo para recurso contra multa por não obedecer à...

TJSP invalida venda de empresa por inclusão de crédito do qual não é titular

A 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo, em julgamento estendido, declarou a invalidade da venda de uma empresa que incluía no preço final valores de precatórios dos quais não era titular, caracterizando uma operação de crédito a non domino.

Mantida multa de empresa que vendia produtos fora do prazo de validade

A 13ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a decisão da Vara de Viradouro, proferida pela juíza Débora Cristina Fernandes Ananias Alves Ferreira, que negou o pedido de anulação de uma multa aplicada pelo Procon a um estabelecimento comercial. O local foi multado em R$ 20,6 mil por vender produtos fora do prazo de validade.