A ministra Rosa Weber encerrou sua última sessão plenária como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) com um discurso emocionado. A cerimônia marcou a transição do comando da Corte para o ministro Luís Roberto Barroso.
Durante seu discurso, a ministra destacou a honra de ter atuado no STF nos últimos quase 12 anos e, especialmente, no último ano como presidente da Suprema Corte e do Conselho Nacional de Justiça. Ela descreveu como esse período lhe permitiu conhecer mais profundamente o Brasil, com todas as suas desigualdades, desafios e riquezas.
Rosa Weber também expressou confiança na próxima liderança do ministro Luís Roberto Barroso, destacando sua competência e dinamismo que, segundo ela, impulsionarão o STF em sua missão institucional. Ela elogiou a companhia do ministro Edson Fachin na Vice-Presidência.
Dia da infâmia
A presidente também se lembrou dos ataques de 8 de janeiro, cunhado por ela como o “Dia da Infâmia”. Para a ministra, esse “dia sombrio de nossa democracia” não deve ser esquecido para que, preservando-se a memória institucional, jamais se repita. “Há de ser sempre lembrado, como propulsor do fortalecimento do nosso estado democrático de Direito em um renovar de energias diante da união e resposta imediata e firme dos Poderes constituídos e da sociedade civil à vilania praticada e na contramão do que pretendia aquela horda hostil”.
A ministra ressaltou que a resposta foi caracterizada pela resistência, resiliência e solidariedade demonstradas durante a travessia dos líderes dos três Poderes do Palácio do Planalto à sede do Supremo no dia seguinte aos ataques, enfrentando obstáculos como pedras, cacos de vidro e cartuchos de balas.
Além disso, enfatizou a importância do Poder Judiciário na proteção da incolumidade e da supremacia constitucionais, da preservação da ordem democrática e dos direitos e garantias dos cidadãos.
Como presidente do CNJ, a ministra destacou a importância das políticas públicas voltadas para as minorias e os mais vulneráveis, incluindo visitas a quilombos, aldeias indígenas e instituições prisionais e socioeducativas. Ela também mencionou a aprovação da Resolução 525 pelo plenário do Conselho, que estabelece a alternância de gênero no preenchimento de vagas para a segunda instância do Judiciário, como um dos momentos de grande satisfação em sua atuação.
Por último, a presidente citou um a um os ministros que compõem a Corte e agradeceu pela colaboração, aprendizado diário e convívio fraternal. “Erra muito quem nos vê como ilhas e desconhece as pontes de amizade, respeito e companheirismo existentes entre nós”. Também estendeu os agradecimentos aos advogados, à Procuradoria-Geral da República, à imprensa, e a servidores, colaboradores e estagiários da Casa.
Com informações do Supremo Tribunal Federal (STF).
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