China utiliza inteligência artificial para detectar espiões pelo modo de andar

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Futuro do Direito - Inteligência Artificial
Créditos: Pete Linforth / Pixabay

A disputa entre os Estados Unidos e a China, que já inclui a coleta de informações sobre capacidades militares, agora envolve suspeitas de espionagem utilizando inteligência artificial (IA). Recentemente, autoridades norte-americanas derrubaram um balão espião chinês, e agora há relatos de que a China utiliza IA para identificar espiões estrangeiros com base em sua maneira de andar.

Segundo um ex-oficial da inteligência dos EUA relatou ao The New York Times, a China possui um software de IA que, além de reconhecer rostos, pode detectar o padrão de caminhada de um espião norte-americano. Essa técnica torna mais desafiador para os agentes dos EUA circularem anonimamente no país asiático, superando disfarces tradicionais.

crime
Créditos: Stevanovic Igor | iStock

A ferramenta de vigilância, conhecida como “gait recognition” (reconhecimento de caminhada, em tradução livre), começou a ser implementada em meados de 2018. Enquanto a China originalmente utilizava essa IA para identificar criminosos em multidões, a aplicação agora se estende à esfera de inteligência e espionagem.

O contexto histórico de competição tecnológica e disputa geopolítica entre Estados Unidos e China destaca a relevância dessa tecnologia. A capacidade de identificar estrangeiros pela forma como andam poderia representar uma substituição ou complemento aos métodos tradicionais de confrontos armados, semelhante à corrida espacial durante a Guerra Fria.

Dennis Wilder, ex-analista de inteligência dos EUA sobre a China e pesquisador sênior da Universidade de Georgetown, destaca que uma das principais prioridades das agências de inteligência chinesas é compreender as intenções dos líderes norte-americanos. Essa utilização da IA reforça a crescente importância da tecnologia na arena da espionagem e geopolítica global. “Eles procuram planejamento e intenções. O que o secretário de Estado está realmente pensando? O que ele está realmente fazendo? Quais são as operações que a CIA está tocando?”, disse Wilder.

O governo dos EUA amplia o alerta para nações aliadas, indicando que as capacidades de vigilância eletrônica da China podem se expandir caso países ao redor do mundo adotem tecnologia de empresas de comunicações chinesas.

inteligência artificial
Créditos: Xtock Images | iStock

A passagem de um balão chinês sobre os EUA em fevereiro suscitou questionamentos sobre os métodos empregados pelo gigante asiático para coletar informações de outras nações.

No que diz respeito à espionagem, as principais preocupações dos norte-americanos em relação a Pequim envolvem o hackeamento de sistemas de computadores de países concorrentes para obter segredos industriais e comerciais, o emprego de cidadãos chineses residentes no exterior para espionar e roubar tecnologias sensíveis, o estabelecimento de laços com personalidades políticas e econômicas de alto escalão, e a presença de “delegacias de polícia” clandestinas nos EUA e em outras nações.

Com informações do UOL/Tilt.


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Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

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