A defesa de Jair Bolsonaro questionou no Supremo Tribunal Federal (STF) o processo de recuperação do vídeo publicado pelo ex-presidente em 10 de janeiro, dois dias após os atos golpistas em Brasília. As imagens foram recuperadas pela Procuradoria Geral da República (PGR).
A contestação da defesa do ex-presidente se baseia na plataforma utilizada para a recuperação do vídeo. Segundo a petição enviada ao STF, os advogados argumentam que a publicação foi recuperada por meio da Metamemo, um site que armazena posts feitos pela família Bolsonaro.
A defesa alega que não há garantia de que o vídeo recuperado seja o mesmo publicado e posteriormente deletado por Jair Bolsonaro. Para eles, é necessário uma “fundamentação técnica, meticulosa e detalhada” para assegurar a autenticidade das imagens.
O vídeo em questão contestava o resultado das eleições e exibia trechos de uma entrevista do procurador de Mato Grosso do Sul, Felipe Marcelo Gimenez, com questionamentos sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas. O ex-presidente deletou o vídeo duas horas após a publicação.
A defesa afirma que Bolsonaro postou o vídeo por engano, enquanto tentava enviá-lo para seu próprio WhatsApp, e alega que o ex-presidente estava sob efeito de morfina.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, solicitou à Meta a recuperação do vídeo, mas a empresa informou que não estava mais armazenado em seus servidores, alegando impossibilidade de cumprir a medida. No entanto, a PGR afirmou ter recuperado o vídeo, apresentando um relatório técnico elaborado pela Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise do MPF para comprovar a autenticidade das imagens publicadas por Bolsonaro.
Em trecho da petição ao STF, a defesa de Bolsonaro diz que “É preciso cautela ao se analisar o referido conteúdo como prova, uma vez que a mera associação entre um vídeo apagado e um supostamente salvo não pode ser tomada como uma correspondência definitiva. Afinal, estamos lidando com contextos e provedores diferentes. A noção de que o vídeo recuperado reflete fielmente o conteúdo do vídeo deletado é uma conjectura sensível, porém, longe de ser uma afirmação incontestável”.
Com informações do UOL.
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