A 1ª Vara Criminal Especializada condenou o delegado de polícia Maurício Demétrio Afonso Alves a nove anos e sete meses de prisão, com a perda do cargo público, em um caso de obstrução da justiça. O delegado, que está preso desde 2021, foi denunciado por cobrar “propina” no exercício do cargo na Delegacia de Repressão Imaterial e montar falsos “dossiês” para impedir investigações sobre suas atividades, além de incriminar autoridades.
O juízo destacou que Maurício Demétrio utilizou sua função e a estrutura policial para criar um plano complexo, com procedimentos policiais e administrativos disciplinares fraudulentos. A decisão ressalta as consequências do crime, que incluíram uma exposição pública intensa dos alvos, especialmente delegados de polícia, por meio da divulgação na mídia de narrativas com falsas acusações de crimes.
A sentença também apontou o padrão de luxo do delegado, considerado incompatível com os ganhos no cargo público. O documento menciona gastos elevados, “Foram colhidas provas de que o Delegado de Polícia MAURICIO DEMETRIO AFONSO ALVES externa um padrão de riqueza altíssimo, inclusive muito superior ao que a remuneração (exclusiva) da sua atividade lícita lhe permitiria. São inúmeros os registros de gastos de altíssimos com o aluguel constante em mansões em Angra, utilização rotineira de lanchas e jet-ski, viagens internacionais constantes (em classe executiva), proprietário de diversos carros blindados de altíssimo padrão, assim como residência fixada em imóvel luxo. Além disso, o acusado possuía altíssimo valor (centenas de milhares de reais) em espécie em sua casa, objeto de apreensão. Vida abastada que o próprio acusado resume como sendo uma ‘vida de mensaleiro’”, destaca a decisão.
Maurício Demétrio Afonso Alves está preso desde 2021 e foi acusado de criar um ambiente de corrupção e obstrução na delegacia em que atuava.
Com informações do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).
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