Consta nos autos de um processo que um homem frequentou uma igreja evangélica por três anos. Nesse período, ele doou um carro 2007/2008 ao templo. O homem disse aos juízes que passava por dificuldades financeiras quando começou a frequentar a igreja, e que foi enganado e coagido pelos pastores a fazer a doação em busca da “fé perfeita e um encontro com Deus”. Ele afirmou ainda, que após forte pressão psicológica doou o único veículo da família, que era usado para entregar marmitas do restaurante dele.
Ainda segundo o comerciante, os representantes da igreja lhe deram a chave de um carro importado e disseram a ele que Deus lhe daria um automóvel de luxo em troca.
O homem alegou à Justiça que foi obrigado a fechar o restaurante por não ter mais o veículo para fazer as entregas. Para o Desembargador Sideni Soncini Pimentel, do Tribunal de Justiça do Estado (TJMS), as provas apresentadas demonstram que a vítima foi induzida ao erro ao acreditar que a doação poderia resolver os problemas financeiros dele.
“Levando em consideração o grau de comprometimento que possuía com a igreja, certamente o maior temor era não só a desaprovação divina e sua ira como também o da própria igreja. Daí que, psicologicamente, a doação passa a ser dever, e não liberalidade”, disse o desembargador na decisão, determinando que a igreja devolva R$ 23 mil ao homem, valor correspondente ao preço do carro doado. (Com informações do G1.)