De acordo com a Polícia Federal, o PCC (Primeiro Comando da Capital) criou um sistema de tributação de crimes que cobrava até R$ 250 por mês de seus integrantes para sustentar suas atividades. O delegado Ricardo Hiroshi Ishida acompanhou a operação Cravada, que objetiva a desarticulação a rede de financiamento da facção criminosa e prendeu 20 pessoas em sete estados (Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Acre, Pernambuco, Roraima e Mato Grosso do Sul).
O delegado que coordena a operação, Martin Bottaro Purper, estima que o PCC obtinha até R$ 1 milhão por mês com as contribuições, valor que seria distribuído para cerca de 400 contas bancárias para evitar rastreamento. O dinheiro é utilizado para financiar compra de drogas e armas, remunerar lideranças e pagar despesas de familiares de membros da quadrilha.
Purper disse: “Eles arrecadam valores em rifas ou mensalidades. Esse valor sai da base e chega para os líderes, que administram o dinheiro. […] Tudo é feito para que os líderes tenham bastante dinheiro, a base sustente e vários crimes sejam cometidos com ajuda do ajuda do financiamento”.
A Polícia Federal disse que toda a contabilidade era feita pelos próprios presos de dentro dos presídios e que a “central de administração de recursos” funcionava no presídio estadual de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba.
Havia 30 mandados de prisão expedidos pela Justiça, sendo que 8 já estavam presos, 3 em Piraquara. O delegado disse que “são lideranças que devem ser isoladas em presídios federais”. Até o momento, 18 pessoas foram presas, 2 detidos em flagrante que não tinham mandado, e 4 pessoas continuam foragidas. A PF cumpre 55 mandados de busca e apreensão em diversas cidades dos referidos estados.
O superintendente regional da PF no Paraná, delegado Luciano Flores, disse que as contas bancárias foram bloqueadas por ordem judicial para “asfixiar os meios de financiamento da facção”.
(Com informações do Uol)