Rastreamento feito por GPS comprova jornada de caminhoneiro

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Entendimento é 6ª turma do TST que deu provimento a recurso de caminhoneiro

Rastreamento feito por GPS comprova jornada de caminhoneiro
Créditos: welcomia | iStock

A 6ª turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) deu provimento a recurso que condenou uma empresa de transporte ao pagamento de horas extras a caminhoneiro que dirigia caminhão com rastreamento por satélite.

Para a turma, o monitoramento permitia saber a localização exata do veículo, tornando possível o controle de jornada de trabalho por parte da empresa.

No processo, o motorista alegou que a empresa tinha efetivo controle de sua jornada por conta do sistema de monitoramento, das rotas pré-determinadas e dos relatórios de viagem.

O juízo de 1º grau acolheu o pedido do caminhoneiro e deferiu o pagamento de horas extras no período anterior à vigência da lei 12.619/12 – que regulamenta a profissão de motorista. O TRT de origem reformou a sentença, excluindo a condenação por horas extras, por entender que, mesmo existindo mecanismo de rastreamento, não era possível fiscalizar a jornada de trabalho do reclamante.

A relatora no TST, ministra Kátia Arruda, destacou que o fato de o empregado prestar serviços de forma externa, por si só, não enseja seu enquadramento em exceção prevista na CLT. Contudo, constatou a possibilidade de controle de jornada.

"O rastreamento via satélite, diferentemente do tacógrafo, viabiliza o controle da jornada de trabalho do empregado motorista, porquanto se realiza mediante aparelho que capta sinais de GPS e permite a transmissão de dados, como a localização exata do veículo, o tempo no qual ficou parado e a velocidade em que trafegava."

Ao analisar o mérito, a relatora votou por dar provimento ao recurso do motorista quanto ao pagamento das horas extras, como consequência lógica do conhecimento do recurso.

O voto foi seguido à unanimidade.

Processo: RR-24327-87.2015.5.24.0002 - Acórdão Recurso Caminhoneiro

(Com informações do Migalhas)

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