Publicação da revista norte-americana Wired, sobre ciência e tecnologia, faz referência a circulação de boatos no Whatsapp e as consequências para a política de saúde pública no Brasil
Os boatos circulados via aplicativos de mensagens sobre a febre amarela têm preocupado, e muito, as autoridades brasileiras. Textos virais e mensagens de áudio tem dado conta que as vacinas contra os vírus são ineficazes ou tem provocado mortes, além de superestimar as estatísticas de vítimas.
Essa percepção sobre o quadro-geral da epidemia de febre amarela tem influenciado o comportamento de milhões de pessoas, levando a dificuldades para a implementação de políticas de saúde pública como um todo. Imagine que milhares de pessoas podem não estar se vacinando em função desse tipo de informação falaciosa.
A atual situação chamou a atenção da imprensa internacional. Uma respeitada publicação de ciência e tecnologia norte-americana, a revista Wired, chegou a realizar uma matéria em que reportava as dificuldades das autoridades brasileiras de lidar com a “avalanche” de boatos que se espalham em velocidades recorde.
Conteúdo dos boatos: mensagens convincentes e bem elaboradas
A matéria publicada pela Wired chama a atenção para o quão convincente são as mensagens que tomam conta, principalmente, do Whatsapp. Segundo a publicação, os textos carregam um tom de depoimentos pessoais, isso é, de pessoas que vieram a presenciar fatos curiosos, que desmentem o posicionamento oficial do governo sobre a epidemia.
Nesse sentido, mensagens de texto e áudio atribuídos a profissionais de saúde são os formatos mais encontrados. Você, certamente, já teve ter recebido algum “viral” repassado por um de seus contatos, em que um médico ou enfermeiro alerta para a resistência do vírus da Febre Amarela a vacina ministrada no Sistema Único de Saúde.
Tal fato já foi incansavelmente desmentido pelo governo que chegou, inclusive, a veicular dados sobre a taxa de cobertura de vacinados por território e a incidência de pessoas infectadas. Cidades e estados com alta taxa de cobertura costumam apresentar baixos índices de infecção, o que corrobora o argumento das autoridades sanitárias quanto a eficácia da vacina.
No entanto, as mensagens de Whatsapp sobre a epidemia continuam sendo um instrumento poderoso de desinformação. Cabe, portanto, a cada cidadão buscar fontes de informações confiáveis, promovendo, inclusive, um exercício de bom senso na hora de avaliar a confiabilidade das fontes.
(Com informações do Portal UOL)