O anúncio feito pelo governo dos Estados Unidos, em junho de 2019, afirmando que as redes sociais seriam um fator determinante para a entrada no país, começaram a ter efeito. Os primeiros visitantes pegos na revista de dispositivos eletrônicos já foram deportados.
De acordo com o site TechCrunch, que investiga os acontecimentos nos postos da aduana, Dakhil (nome fictício), um paquistanês de 37 anos foi deportado “devido às imagens depreciativas encontradas em seu telefone celular”, nas palavras do Departamento de Imigração Americana.
Segundo a apuração do site, ele tinha o visto B1/B2 (turismo e negócios). No aeroporto George Bush, em Houston (Texas), um oficial de imigração abordou o homem e perguntou os motivos da viagem aos EUA. Em seguida, ele foi levado a uma sala e submetido a um interrogatório por mais de 15 horas. Sua bagagem também foi revistada, assim como deus dispositivos eletrônicos e suas redes sociais (incluindo o WhatsApp).
Os agentes encontraram uma imagem de 2009 de uma criança morta em seu celular, que o paquistanês recebeu de um familiar sobre sequestros de crianças em Karachi, sua cidade natal. Ele teve o visto suspenso e foi deportado. O conteúdo do celular foi encaminhado à Força-Tarefa Contra Terrorismo do FBI.
O caso que mais repercutiu, porém, foi o do calouro da Universidade de Harvard, o estudante palestino Ismail Ajjawi, de 17 anos. Ele foi deportado em julho devido às imagens recebidas em um grupo de WhatsApp. O grupo de advogados de Harvard conseguiu fazer com que ele voltasse.
A revista de dispositivos eletrônicos, desde 2015, atingiu mais de 30 mil ao ano. Enquanto o Congresso acusa a Imigração de não ter mandatos para fazer as buscas, o governo rebate dizendo que não precisa de um. Neste meio tempo, a Justiça norte-americana deve determinar se vasculhar as redes sociais de visitantes é ou não constitucional.
(Com informações do Tecmundo)
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