CNJ lança ação para emissão documento civil e biométrico para pessoas privadas de liberdade

Data:

STF afasta prisão de acusados presos há sete anos sem julgamento pelo Júri
Créditos: phoelixDE / shutterstock.com

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) inicia neste fim de ano as ações do projeto  “Documento Já! Para pessoas privadas de liberdade”. Realizada por meio do Programa “Fazendo Justiça”, parceria entre o CNJ e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a ação permite a emissão de até 12 tipos de documentos, preferencialmente de forma gratuita, para pessoas aprisionadas.

Hoje, cerca de 80% das pessoas privadas de liberdade no Brasil (quase 600 mil) não têm documentos em seus prontuários, dificultando o acesso a políticas públicas e a retomada da vida em sociedade. A ação funciona confirmando a identidade civil de pessoas presas por meio de registro biométrico, permitindo mais confiança em informações e envia dados para o cadastro único de identificação civil mantido pelo Tribunal Superior Eleitoral, a partir da experiência bem-sucedida desta Justiça especializada na coleta do registro biométrico da população em geral nos últimos anos.

Juiz é premiado ao mandar reduzir para 40% população carcerária de Osasco/SP
Créditos: Divulgação/CNJ

O programa ressalta que a ação não cria novo banco de cadastro biométrico para fins criminais e não resulta em compartilhamento de dados de forma indiscriminada entre poderes públicos. O compartilhamento com o setor privado é vedado. A ação também não tem a coleta biométrica como finalidade, pois o método é usado apenas como meio para confirmar a identidade civil.

No lançamento do projeto no último mês de agosto, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, destacou a relevância da ação, “A iniciativa marca o compromisso do Poder Judiciário de promover políticas de segurança pública e de justiça criminal pautadas pelo respeito e a garantia do efetivo exercício do direito das pessoas. Esse é o Judiciário que nós queremos, sonhamos e exercitamos”, declarou.

Mantida prisão preventiva de Geddel Vieira Lima / Pena
Créditos: chaiyapruek2520 | iStock

O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, na ocasião também destacou, que “Ter documentação e ser identificado faz parte do arsenal necessário para o desfrute dos direitos fundamentais, visto que a pessoa presa está privada apenas de sua liberdade, não de sua integridade física e moral. É um privilégio para o Tribunal Superior Eleitoral poder participar deste projeto e ajudar o sistema punitivo brasileiro a resgatar dívidas históricas com esse grupo invisível e marginalizado da sociedade brasileira”.

Conselho Nacional de Justiça - CNJSegundo o CNJ, a iniciativa foi desenvolvida a partir de importante aporte do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e está alinhada a esforços do Executivo para garantir o registro civil de nascimento e a documentação básica a populações em vulnerabilidade. As regras que orientam a ação estão descritas na Resolução CNJ 306, aprovada em 2019.

Com informações do Conselho Nacional de Justiça. 


Fique por dentro de tudo que acontece no mundo jurídico no Portal Juristas, siga nas redes sociais: FacebookTwitterInstagram e Linkedin. Participe de nossos grupos no Telegram e WhatsApp. Adquira sua certificação digital e-CPF e e-CNPJ na com a Juristas Certificação Digital, entre em contato conosco por e-mail ou pelo WhatsApp (83) 9 93826000

 

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

2 COMENTÁRIOS

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Presença de advogado em audiência sem procuração não gera responsabilidade civil, decide TJSC

A 3ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) decidiu manter a sentença de primeiro grau que negou pedido de indenização por danos morais relacionados à perda de prazo processual. O caso envolveu um advogado que compareceu a uma audiência inicial no Juizado Especial Cível sem ter uma procuração formalizada.

Homem é condenado a quase 10 anos de prisão por violência doméstica

Em decisão da 2ª Vara Criminal de Lages, especializada em crimes de violência doméstica, um homem foi condenado a nove anos e oito meses em regime semiaberto e 17 dias de prisão simples por uma série de ofensas à sua ex-companheira, após não aceitar o fim do relacionamento. Além da pena de reclusão, o juízo determinou o pagamento de R$ 170 mil em danos morais e materiais à vítima.

TJSC avalia validade de contrato verbal de R$ 10 milhões para pesquisa histórica

Um acordo verbal, avaliado em R$ 10 milhões, para a realização de uma pesquisa e publicação de um livro sobre a história de propriedade de um terreno na Serra Catarinense, foi o centro de uma disputa judicial. O contrato, supostamente estabelecido entre um historiador e a empresa proprietária do terreno, foi discutido na 1ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

Estado é responsabilizado por troca de bebês em hospital gerido por entidade filantrópica

Em decisão recente, a 2ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) determinou que o Estado deve ser responsabilizado civilmente pela troca de bebês recém-nascidos ocorrida em um hospital, mesmo que este tenha sido administrado por uma entidade filantrópica privada.