Advogado de Najila Trindade diz que “inquérito é inconclusivo” e questiona delegada

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Advogado de Najila Trindade diz que "inquérito é inconclusivo" e questiona delegada
Créditos: utah778 | iStock

O advogado da modelo Najila Trindade, Cosme Araújo Santos, se irritou ao receber a informação de que a Polícia Civil encerrou a apuração do caso Neymar sem indiciar o jogador investigado por estupro.

Cosme questionou o fato de inquérito ser concluído sem a anexação de provas como o vídeo de Neymar chegando ao hotel em Najila se hospedou em Paris. Ele usou palavras duras para classificar a decisão da delegada Juliana Bussacos, d

a 6ª Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo.

“Se realmente é verdade, a defesa de Najila encara como um absurdo o que está vendo porque, de maneira inusitada tendo a delegada pedido prorrogação para concluir o inquérito policial, resolve, sem as diligências citadas, a exemplo da ausência do vídeo que, segundo informações, estaria por vir de Paris”, disse o advogado.

As declarações do advogado geraram reação do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo que divulgou uma nota, onde a presidente da entidade, Raquel Kobashi Gallinati, afirmou que o advogado tem direito de protestar e criticar, mas jamais de por em dúvida a lisura da investigação.

O advogado da modelo mantém as queixas e ressalta que não teve acesso ao relatório da delegada, um documento que contém um resumo das investigações. Ele acredita que declarações da delegada podem comprometer o caso. “A defesa repudia uma entrevista de uma autoridade de um caso que já está sub judice, ou seja, já houve manifestação do juiz e poderá ter uma instrução criminal. A posição desta entrevista poderá ser influência negativa para vítima. Mais que isto, jogar a opinião pública mais uma vez contra a alegada vítima”.

Outra reclamação feita por Cosme foi o fato de o Ministério Público poder pedir novas investigações à Polícia Civil. Ele argumentou que as respostas podem comprometer a isenção da delegada caso seja requisitado pelo MP novas providências. Bussacos teria de tratar de uma pessoa sobre a qual já emitiu opinião.

“Mesmo sem indiciamento do acusado, não pode a delegada dar entrevista em coletiva para toda a imprensa sob um inquérito policial sigiloso onde poderá ter novos desfechos e o Ministério Público pode pedir diligências”.

Cosme diz que a cliente acreditou até o último momento que Neymar seria indiciado.”Najila acreditava [no indiciamento] e dizia que tinha certeza baseado no que ela passou”.

 

Veja a nota do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo

A RESPEITO das declarações do Dr. Cosme Araújo, advogado de Najila Trindade, acerca da delegada de polícia Juliana Bussacos, publicadas na reportagem https://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2019/07/30/advogado-de-najila-diz-que-inquerito-e-inconclusivo-e-questiona-delegada.htm, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo acrescenta o que segue:

A segurança jurídica de todo cidadão começa dentro do inquérito policial, sendo o Delegado de Polícia o primeiro a observá-la e a garantir a sua efetividade. Isso é peça chave no chamado Estado Democrático de Direito, em que o Delegado é investido do poder para investigar um fato e, após formar a sua convicção, tornar o seu autor culpado ou inocente. Nas palavras do eminente ministro Celso de Mello, “o delegado de polícia é o primeiro garantidor da legalidade e da justiça”, daí não ser passível de aceitação por parte deste sindicato as palavras do nobre advogado quando sugere ausência de isenção por parte da Delegada que presidiu o inquérito do caso.

A Polícia Judiciária, ao exercer função essencial à justiça, não tem compromisso com acusação ou defesa, mas apenas com a busca de verdade. Seu primeiro benefício não é perseguir o criminoso, mas proteger o que não tem culpa. Delegado de Polícia, não enxergando delito, decide pelo não indiciamento de acordo com sua análise jurídica.

Esse livre convencimento é único e derivado do inquérito policial, que necessariamente contém isenção e imparcialidade, oriundas dos princípios da impessoalidade e moralidade, previstos expressamente no artigo 37, caput da Constituição Federal. Finalmente, toda decisão de um Delegado de Polícia, baseada nos princípios acima descritos, vem revestida de embasamento jurídico e pormenorizado de tudo o que se apurou nas investigações.

“A defesa tem direito inconteste de protestar ou criticar, mas jamais de por em duvida a lisura da Delegada de Polícia Juliana Bussacos, de sua equipe de policiais ou do trabalho por todos eles realizado”, alerta a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati.

(Com informações informações do Uol)

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