Atividades e eventos do CFC são alvo de investigação do MPF

Data:

Atividades e eventos do CFC são alvo de investigação do MPF
Créditos: Piotr Adamowicz / Shutterstock.com

O Ministério Público Federal acolheu representação feita pela Associação Nacional dos Profissionais Contábeis do Brasil e instaurou Inquérito Civil para investigar as diversas atividades e eventos realizados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em parceria com a Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC).

Na representação contra a diretoria do CFC – também encaminhada ao Tribunal de Contas da União – a Aprocon-BR denuncia uma série de desmandos que estariam sendo praticados ao longo dos últimos anos, que maculam ou no mínimo desprestigiam a imagem da classe contábil em nível nacional, agravada pela omissão na defesa da categoria.

Dentre as práticas nada republicanas elencadas, constam despesas irregulares e licitações omissas ou dirigidas, contratos eivados de vícios, manutenção da eleição indireta para o CFC sempre com chapa única escolhida pela direção do Conselho e a implantação de eleição para os Regionais via internet com as urnas de votação instaladas em Brasília por 34 horas.

Transparência Zero

“Coincidência ou não, desde 2004 uma chapa de oposição nunca venceu uma eleição. Ademais, contrariando o princípio elementar da transparência que deve nortear qualquer eleição, não existem urnas nos Regionais e consequentemente não há  presença de fiscais, mesários, nem tampouco lista de assinantes eleitores”, afirmou o presidente da Associação, Salézio Dagostim.

A realização de eventos pelo Conselho Federal mediante celebração de convênios com a Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC) e a Academia Brasileira de Contabilidade (Abracicon), onde o Federal  realiza as despesas com os eventos e essas entidades ficam com a arrecadação é o ponto central do inquérito.

Eventos milionários

No Congresso Brasileiro de Contabilidade, por exemplo, realizado no último mês de junho em Fortaleza (CE), o CFC gastou mais de R$ 6 milhões e toda a renda de inscrições, locação de estandes e patrocínio rendeu para a Fundação de Contabilidade aproximadamente R$ 10 milhões. Segundo Salézio, ao longo dos últimos 15 anos foram celebrados  32 convênios com a FBC  e seis com a Abracicon, com a finalidade de realizar eventos, provas e exames de suficiência.

Sobre o Inquérito Civil

O Inquérito Civil é regulado pela Lei Federal nº 7.347/85. Em geral, ele é instaurado quando o procurador tem fortes indícios f de que um direito coletivo, direito social ou individual indisponível (relativo a meio ambiente, saúde ou patrimônio público, por exemplo) foi lesado ou sofre risco de lesão, podendo o fato narrado ensejar futura propositura de Ação Civil Pública.

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Concessionária de energia é condenada a indenizar usuária por interrupção no fornecimento

A 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de uma concessionária de energia ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais a uma usuária que ficou sem fornecimento de energia elétrica por quatro dias, após fortes chuvas na capital paulista em 2023. A decisão foi proferida pelo juiz Otávio Augusto de Oliveira Franco, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Vila Prudente.

Homem é condenado por incêndio que causou a morte do pai idoso

A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação de um homem pelo crime de incêndio que resultou na morte de seu pai idoso. A decisão, proferida pela Vara Única de Conchal, reduziu a pena para oito anos de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.

Remuneração por combate a incêndio no Porto de Santos deve se limitar ao valor do bem salvo

A 9ª Vara Cível de Santos condenou uma empresa a pagar R$ 2,8 milhões a outra companhia pelos serviços de assistência prestados no combate a um incêndio em terminal localizado no Porto de Santos. O valor foi determinado com base no limite do bem efetivamente salvo durante a operação.

Casal é condenado por expor adolescente a perigo e mantê-lo em cárcere privado após cerimônia com chá de ayahuasca

A 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a condenação de um casal pelos crimes de sequestro, cárcere privado e exposição ao perigo à saúde ou vida, cometidos contra um adolescente de 16 anos. A decisão, proferida pela juíza Naira Blanco Machado, da 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, fixou as penas em dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção, substituídas por prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo.