No dia em que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro disse à sua filha que o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou a ele que tinha um “pressentimento” de que ele poderia ser alvo da Polícia Federal, Bolsonaro estava junto do ministro da Justiça e Segurança Pública, o delegado Anderson Torres, em viagem aos Estados Unidos.
A PF é subordinada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, chefiado atualmente por Anderson Torres. A conversa de Ribeiro com sua filha foi um dos motivos que levou o Ministério Público Federal a argumentar que teria havido uma tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro no caso.
A conversa de Milton Ribeiro com sua filha, aconteceu no dia 9 de junho, conforme as investigações. Bolsonaro, Torres e o restante da comitiva presidencial foram aos Estados Unidos na noite do dia 8 de junho. Durante o dia 9, cumpriram compromissos em Los Angeles na Cúpula das Américas.
No diálogo com sua filha, Ribeiro disse que havia conversado com Bolsonaro naquele dia. “Hoje o presidente me ligou. Ele tá com pressentimento novamente de que eles podem querer atingi-lo através de mim”, afirmou o ex-ministro, de acordo com as apurações policiais.
Conforme a CNN, a PF enviou o pedido de prisão e busca e apreensão contra Milton Ribeiro e outros alvos entre o dia 6 e 8 de junho –portanto, antes da ligação feita por Ribeiro à sua filha.
Após o pedido feito pela PF à Justiça, o Ministério Público Federal se manifestou contra a prisão. O documento do MPF é datado do dia 14 de junho.
O presidente também se encontrou com Pedro Cesar Sousa, subchefe para Assuntos Jurídicos da Secretaria Geral da Presidência, na Base Aérea de Brasília, horas antes de embarcar em viagem para os Estados Unidos, no dia 8 de junho. O encontro aconteceu às vésperas da suposta ligação de Bolsonaro para o ex-ministro da educação, Milton Ribeiro, na qual o presidente o teria alertado sobre a operação da Polícia Federal que resultou na prisão do ex-ministro.
A decisão do juiz foi assinada no dia 20 de junho. Ribeiro e os demais investigados foram alvo da operação da Polícia Federal na última quarta-feira (22). O ex-ministro foi solto após decisão do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Procurado para saber se houve interferência na PF ou se alertou o ministro sobre eventual mandado de busca e apreensão, o Planalto não se manifestou.
Com informações do CNN Brasil.
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