O ministro Luiz Roberto Barroso (STF), que esta semana se envolveu em polêmica ao participar de um congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), e fazer referência à “derrota do bolsonarismo”, assume, em outubro, a Presidência da Suprema Corte e, em consequência, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), responsável por avaliar e punir condutas de magistrados em todo o país. O conselho inclusive tem aumentado a atenção às declarações políticas de juízes.
No evento que aconteceu na quarta-feira (13), o ministro em fala aos participantes disse: “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, o discurso não repercutiu bem.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou de infeliz, inadequada e inoportuna a fala do ministro. Bolsonaristas, por sua vez, pediram o impeachment do magistrado. Esta não é a primeira polêmica entre o ministro do STF e aliados de Bolsonaro.
Barroso presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quando o ex-presidente defendia a instituição do voto impresso. Bolsonaro chegou a xingar o ministro do Supremo. Em viagem a Nova York em novembro, o ministro foi hostilizado por bolsonaristas que pediam golpe militar após o resultado das eleições de 2022. Em resposta a um manifestante, disse: “Perdeu, mané. Não amola”.
Comando do CNJ
Com a aposentadoria da ministra Rosa Weber, que completa 75 anos, Barroso deve assumir presidência do Supremo em outubro e o comando do CNJ. O conselho tem inclusive aumentado a atenção a declarações políticas de juízes nos últimos anos, a partir da resolução que regulamentou o uso das redes em 2019.
Alguns exemplos são a juíza eleitoral do Paraná Regiane Santos, punida por afirmar que o petista é corrupto; e a desembarcadora de Brasília Maria do Carmo Cardoso, que elogiou as manifestações diante dos quartéis do exército após a vitória eleitoral do atual presidente.
O desembargador Luiz Vargas também é um exemplo. Em 2021, ele fez uma postagem em que legendou uma foto de Bolsonaro com o texto: “fogo nos nazistas”, e também chamou o ex-presidente de “genocida”.
Com informações de FolhaPress.
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