Condenados por corrupção: ex-servidores do Mapa e indústria de laticínios

Data:

esquema de corrupção
Créditos: Kritchanut | iStock

A 6ª Vara Federal de Porto Alegre proferiu sentença condenatória contra quatro ex-servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e um gerente de uma indústria de laticínios por improbidade administrativa, como parte do esquema de corrupção descoberto pela Operação Pasteur. A decisão, publicada em 23 de janeiro, foi proferida pelo juiz Felipe Veit Leal.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), entre 2008 e 2010, os servidores receberam vantagens indevidas dos responsáveis pela empresa para flexibilizar o processo de fiscalização da indústria. A ação, movida pelo MPF, alegou que os réus também estão envolvidos em um processo penal por corrupção ativa e passiva.

Os réus defenderam-se das acusações: o proprietário da empresa argumentou que agia dentro da legalidade, com auditorias regulares, enquanto o gerente administrativo negou as alegações. Um dos ex-servidores solicitou o benefício da delação premiada, enquanto os demais negaram envolvimento no esquema.

O juiz Leal considerou que os pagamentos indevidos foram comprovados e que os réus receberam vantagens para flexibilizar a fiscalização. Ele absolveu o proprietário da empresa por falta de provas conclusivas, mas condenou os ex-servidores à perda dos valores recebidos ilicitamente, além de multa civil equivalente ao acréscimo patrimonial.

Além disso, determinou a perda da função pública dos ex-servidores ou a cassação de suas aposentadorias, devido à prática recorrente de atos de improbidade administrativa. Os réus foram condenados à suspensão dos direitos políticos e à proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais por até oito anos, exceto um ex-servidor, cuja pena foi fixada em seis anos.

Com informações do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).


Você sabia que o Portal Juristas está no FacebookTwitterInstagramTelegramWhatsAppGoogle News e Linkedin? Siga-nos!

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Concessionária de energia é condenada a indenizar usuária por interrupção no fornecimento

A 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de uma concessionária de energia ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais a uma usuária que ficou sem fornecimento de energia elétrica por quatro dias, após fortes chuvas na capital paulista em 2023. A decisão foi proferida pelo juiz Otávio Augusto de Oliveira Franco, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Vila Prudente.

Homem é condenado por incêndio que causou a morte do pai idoso

A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação de um homem pelo crime de incêndio que resultou na morte de seu pai idoso. A decisão, proferida pela Vara Única de Conchal, reduziu a pena para oito anos de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.

Remuneração por combate a incêndio no Porto de Santos deve se limitar ao valor do bem salvo

A 9ª Vara Cível de Santos condenou uma empresa a pagar R$ 2,8 milhões a outra companhia pelos serviços de assistência prestados no combate a um incêndio em terminal localizado no Porto de Santos. O valor foi determinado com base no limite do bem efetivamente salvo durante a operação.

Casal é condenado por expor adolescente a perigo e mantê-lo em cárcere privado após cerimônia com chá de ayahuasca

A 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a condenação de um casal pelos crimes de sequestro, cárcere privado e exposição ao perigo à saúde ou vida, cometidos contra um adolescente de 16 anos. A decisão, proferida pela juíza Naira Blanco Machado, da 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, fixou as penas em dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção, substituídas por prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo.