Decisão sobre Lula na ONU pode ficar para 2020

Data:

onu
Créditos: Reprodução

O Comitê de Direitos Humanos da ONU tomará uma decisão sobre o ex-presidente Lula apenas em 2020, de acordo com o vice-presidente, Yuval Shany. Ele indica que o caso do não consta na lista dos casos tratados no segundo semestre do ano. O Comitê se reúne três vezes por ano com o objetivo de avaliar casos individuais e países, mas possui uma lista com mais de 500 queixas a serem avaliadas. 

O caso de Lula na ONU

Em julho de 2016, o caso de Lula foi levado ao Comitê de Direitos Humanos Nações Unidas. A defesa do ex-presidente conseguiu resultados favoráveis acerca da denúncia central de que Sérgio Moro, então juiz federal, estaria agindo em conluio com os procuradores no julgamento. As equipes legais da ONU deram início ao exame.

Quase dois anos depois do início, o Comitê concedeu medidas cautelares. Ele solicitou que as autoridades brasileiras mantivessem os direitos políticos de Lula até o julgamento do caso pelo STF e que o mérito do caso fosse tratado em Genebra. No entanto, o órgão não atendeu ao pedido de soltura do ex-presidente. As medidas cautelares não seriam um pré-julgamento de eventual inocência ou não de Lula. 

O governo brasileiro entende que a decisão do Comitê não tem poder vinculante, e nada fez sobre o assunto, apenas apresentou suas argumentações em novembro de 2018. 

Nova petição

Os advogados de Lula apresentaram, em 2019, nova petição ao Comitê de Direitos Humanos da ONU. Solicitaram uma prioridade na avaliação do caso em Genebra e indicaram a submissão das conversas e mensagens vazadas pelo site The Intercept Brasil entre o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e membros da Operação Lava Jato. Para a defesa do ex-presidente, o material reforça a queixa central, pois seriam “evidências indiscutíveis” das violações de direitos supostamente cometidas contra Lula. 

Eles ainda pontuaram que é “importante ter em conta que Lula já sofreu um dano irreparável, considerando que o estado-parte (Brasil) não cumpriu com as medidas cautelares estipuladas pelo Comitê (da ONU) no ano passado”.

Um caso só é colocado como “urgente” na ONU se representar um dano irreparável ao autor da queixa, o que inclui pena de morte ou deportação. 

Há algumas semanas, o relator da ONU para a Independência do Poder Judiciário, Diego García-Sayán, disse que as conversas entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol são “sumamente preocupantes”. Para ele, “a informação publicada questionaria um elemento absolutamente essencial nos processos judiciais em geral, e nos processos penais de envergadura em particular, que são os princípios de integridade e de neutralidade nas decisões judiciais”.

(Com informações do Blog do Jamil Chade – Uol)

Juristas
Juristashttp://juristas.com.br
O Portal Juristas nasceu com o objetivo de integrar uma comunidade jurídica onde os internautas possam compartilhar suas informações, ideias e delegar cada vez mais seu aprendizado em nosso Portal.

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Concessionária de energia é condenada a indenizar usuária por interrupção no fornecimento

A 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de uma concessionária de energia ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais a uma usuária que ficou sem fornecimento de energia elétrica por quatro dias, após fortes chuvas na capital paulista em 2023. A decisão foi proferida pelo juiz Otávio Augusto de Oliveira Franco, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Vila Prudente.

Homem é condenado por incêndio que causou a morte do pai idoso

A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação de um homem pelo crime de incêndio que resultou na morte de seu pai idoso. A decisão, proferida pela Vara Única de Conchal, reduziu a pena para oito anos de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.

Remuneração por combate a incêndio no Porto de Santos deve se limitar ao valor do bem salvo

A 9ª Vara Cível de Santos condenou uma empresa a pagar R$ 2,8 milhões a outra companhia pelos serviços de assistência prestados no combate a um incêndio em terminal localizado no Porto de Santos. O valor foi determinado com base no limite do bem efetivamente salvo durante a operação.

Casal é condenado por expor adolescente a perigo e mantê-lo em cárcere privado após cerimônia com chá de ayahuasca

A 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a condenação de um casal pelos crimes de sequestro, cárcere privado e exposição ao perigo à saúde ou vida, cometidos contra um adolescente de 16 anos. A decisão, proferida pela juíza Naira Blanco Machado, da 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, fixou as penas em dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção, substituídas por prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo.