O Fórum de Pinhalzinho, localizado no oeste catarinense, foi o cenário do julgamento de Fabiano Kipper Mai, atualmente com 20 anos, autor do ataque que resultou na morte de 5 pessoas em uma creche em Saudades (SC) em maio de 2021. Nesta quinta-feira (10), ele foi condenado a uma pena de 329 anos e 4 meses de prisão.
Realizado ao longo de dois dias, o julgamento mobilizou a população, com as ruas ao redor do tribunal fechadas para segurança. Mesmo debaixo de chuva, o público acompanhou a sessão do lado de fora do prédio.
No primeiro dia, as vítimas, testemunhas de acusação e defesa prestaram depoimentos. O acusado também foi interrogado, mas preferiu permanecer em silêncio.
No segundo dia, mais três vítimas e uma testemunha depuseram, além das manifestações da defesa e da acusação. O promotor de Justiça Bruno Poerschke Vieira, do MP-SC, destacou que o acusado “sabia exatamente o que estava fazendo. Ele planejou minuciosamente o ataque à creche e isso ficou comprovado durante as investigações”.
O júri popular considerou Kipper culpado por 5 homicídios e 14 tentativas de homicídio, determinando que ele cumpra sua pena em regime fechado. A defesa optou por não comentar sobre a sentença perante a imprensa.
Além da pena de prisão, o réu também foi ordenado a pagar R$ 500 mil para cada família das vítimas fatais, R$ 400 mil para a família do bebê que sobreviveu e R$ 40 mil para cada uma das 14 vítimas das tentativas de homicídio.
“Hoje, a comunidade de Saudades teve a resposta do Poder Judiciário em relação a esse caso que marcou a história da nossa comarca, pouco mais de dois anos após a ocorrência do crime”, disse o Juiz Caio Lemgruber Taborda, que presidiu a sessão.
Relembre o caso
No dia 4 de maio de 2021, o réu, à época com 18 anos, invadiu o Centro de Educação Infantil (CEI) Pró-Infância Aquarela, para crianças de até três anos, armado com uma adaga.
Ele matou cinco pessoas, sendo três mulheres e duas crianças: a professora Keli Adriane Aniecevski, 30, a funcionária Mirla Renner, 20, e três crianças de um ano: Anna Bela Fernandes de Barros, Murilo Massing e Sarah Luiz Mahle Sehn.
Segundo concluiu a Justiça, ele tentou matar outras 14 pessoas, entre mulheres e crianças, que escaparam por ficarem trancadas em suas salas, que o autor dos crimes não conseguiu invadir.
Após os assassinatos, o invasor tentou se matar, mas foi impedido por outras pessoas no local. Ele foi hospitalizado e se recuperou, mas está preso desde o dia do crime.
Segundo a acusação, o réu planejou o atentado por 10 meses. Sem relação direta com a creche, ele teria escolhido esse alvo por sua facilidade, já que tentou comprar armas de fogo, mas não conseguiu.
Com informações do UOL.
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