MPF pede suspensão do corte de verbas da UFMG, do CEFET e do IFMG

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Créditos: natasaadzic | iStock

O Ministério Público Federal (MPF) em Belo Horizonte ajuizou três ações civis públicas solicitando a suspensão do corte de recursos da Universidade Federal de Minas Gerais, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia no estado e do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas. Além disso, o órgão ministerial também pede na Justiça a proibição de novos bloqueios por parte do governo federal. 

O valor total contingenciado nas três instituições é de R$ 126,4 milhões, sendo R$ 64,5 milhões da UFMG, R$ 33,9 milhões do CEFET-MG, e R$ 27,9 milhões do IFMG. Elas possuem, juntas, 85 mil alunos em 385 cursos de níveis técnico e superior. 

De acordo com os procuradores Helder Magno da Silva e Edmundo Antonio Dias Netto Junior, a União possui recursos. Eles citaram como argumentos os valores e percentuais de outros gastos da União, citando notícias veiculadas esse ano sobre despesas com medalhas (R$ 1,6 milhões), carros para as famílias do presidente e do vice-presidente (R$ 7,1 milhões), cartões corporativos (aumento de 16% dos gastos da Presidência), orçamento para o fundo eleitoral e o desfile de Sete de Setembro.

Segundo os membros do MPF, as instituições não possuem condições de pagar por serviços básicos de manutenção sem o desbloqueio das verbas. Para a procuradoria, “os cortes violaram a autonomia da universidade e dos centros técnicos de elaborar e executar os seus orçamentos, ferindo a Constituição”.

A ação também aponta que o contingenciamento imposto pelo Ministério da Educação ocorreu “ao arrepio dos princípios e regras mais elementares do Estado Democrático de Direito” e não equivale à arrecadação da União, que não teve queda acentuada. O Ministério Público Federal avalia os critérios para os cortes como “gerais e impessoais”, revelando, segundo a ação, “intervenção abusiva no âmbito da gestão financeira das universidades”.

Se a Justiça indeferir o pedido, o MPF requer, pelo menos, a continuidade dos serviços prestados no mínimo até o final do ano. Para tanto, seria necessário liberar verbas de infraestrutura (água, gás, luz, contratos de segurança, locação de imóveis, conservação e limpeza) e de bolsas e projetos de pesquisa e extensão programados ou em execução. 

Em informação à imprensa, a UFMG informou manter o “posicionamento pelo total desbloqueio do orçamento da universidade previsto para 2019 pela Lei Orçamentária Anual”. O IFMG disse que “aguardará o desenrolar do processo, na expectativa de que o orçamento seja liberado o mais rápido possível para que as atividades da instituição sejam totalmente retomadas”. O CEFET-MG não se manifestou.

(Com informações do Uol)

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