Luiz Molição e Thiago Eliezer Martins, suspeitos de invadir os celulares de autoridades brasileiras, tiveram a prisão preventiva decretada, sem prazo, pela Justiça Federal de Brasília. Eles estavam, desde o dia 19, em prisão temporária devido à segunda fase da operação Spoofing, que investiga a invasão.
Ambos são apontados como os responsáveis, junto com Walter Delgatti Júnior, de hackear o aplicativo de mensagens Telegram de Sergio Moro, ministro da Justiça, Sergio Moro, e de Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal no Paraná.
Thiago Batista, advogado de Martins, disse que recorrerá da decisão, já que os fundamentos da conversão da prisão temporária em preventiva se baseiam em “supostas contradições não evidenciadas” nos autos e alegações sem provas “narradas isoladamente por outro investigado”.
A reportagem de hoje, 30, do jornal Estado de S. Paulo afirma que as autoridades envolvidas na investigação entendem que houve prática de crime contra a Lei de Segurança Nacional, no crime de espionagem, cuja pena varia entre 3 a 15 anos de prisão.
A Polícia Federal diz que pode ter encontrado uma conversa apontando o envolvimento de Molição com o vazamento das mensagens publicadas pelo site The Intercept. Os investigadores afirmam ter encontrado um áudio no celular de Molição que demonstra suposta conversa com o jornalista Glenn Greenwald, além de contatos frequentes entre Molição e Walter Delgatti Neto. Ele afirmou em depoimento que não recebeu valores para repassar as mensagens e que a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) intermediou seu contato com o site.
Também estão presos outros supostos hackers que teriam sido pagos para invadir os celulares: Gustavo Santos, Suellen Priscila e Danilo Marques. A PF investiga se isso, de fato, ocorreu e quem teria feito pagamentos, pois as contas dos investigados apresentam saldo incompatível com seus vencimentos, segundo consta em relatórios de investigações.
(Com informações do Uol)