As investigações dos assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes ganharam um novo capítulo, na manhã desta segunda-feira (24), por conta das revelações do ex-policial militar Élcio Queiroz em delação premiada. A delação foi feita com apoio da Polícia Federal (PF), do Ministério Público Federal (MPF) e homologada pelo Judiciário com anuência da defesa do acusado.
Preso desde março de 2019, Queiroz – acusado de dirigir o carro usado na noite do crime – confirmou a sua participação, além de afirmar que o policial reformado Ronnie Lessa foi o autor dos disparos que matam a vereadora Marielle e Anderson. Ele também acusou o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o “Suel”, como o responsável por fazer “campana” e seguir os passos de Marielle, além de levar o carro usado no crime para um desmanche.
As declarações, que foram colhidas no presídio federal de Brasília (DF), levaram à Operação Élpis, da Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que cumpriu um mandado de prisão preventiva contra o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa e sete mandados de busca e apreensão, nesta segunda-feira.
Marielle e Anderson foram alvejados com 13 tiros de uma submetralhadora HK MP5, em 14 de março de 2018. A vereadora foi atingida por quatro tiros na cabeça e o motorista, por três. Os dois morreram no local.
Conforme o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), em coletiva a imprensa, concedida ao lado de Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, e de Renato Vaz, diretor do Sistema Penitenciário Federal, “O senhor Élcio fez uma delação premiada, essa delação foi homologada e resultou na operação de hoje. Ele revelou a participação de um terceiro individuo [o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa] e confirmou a participação dele próprio, do Ronnie Lessa e outras pessoas como copartícipes”, disse.
“A delação [de Élcio] é a conclusão das provas já colhidas anteriormente e é o início de uma nova produção probatória que foi deflagrada hoje. Os alvos dos mandados de busca e apreensão estão relacionados à delação”, acrescentou o ministro.
Também em entrevista coletiva, concedida no Rio de Janeiro, o superintendente regional da PF, Leandro Almada da Costa, disse, “Conseguimos, em um trabalho conjunto com o MP, exaurir e determinar com muita precisão, e com lastro probatório muito importante e firme, como foi aquele dia 14 de março de 2018”. Ele destacou que com a delação, “um pacto de silêncio foi rompido”.
Com informações da Agência Brasil e CNN.
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