Modelo híbrido de trabalho na advocacia: como mesclar o home office e o trabalho presencial

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Modelo Híbrido de Trabalho na Advocacia
Créditos: Vlada Karpovich / Pexels

Um ano depois do início da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), o home office na advocacia tornou-se um caminho quase sem volta. Afinal, nem todos os escritórios estão dispostos a renunciar o espaço físico e o trabalho presencial. Como forma de conciliar os interesses profissionais, questões financeiras e o desafio de manter o time produtivo, o modelo híbrido de trabalho na advocacia se transformou em uma tendência, além de uma questão para sócios e advogados de diversas bancas.

Para saber mais sobre como funciona esse modelo que mescla o home office e o trabalho presencial preparamos um post completo. Quer saber quais são os desafios de implementar o modelo híbrido de trabalho na advocacia, sem prejudicar a produtividade e os resultados do seu escritório? Não deixe de conferir!

Os desafios do home office na advocacia

Mesmo durante a pandemia, muitos escritórios conseguiram manter a produtividade, diminuíram custos e garantiram mais segurança aos seus colaboradores trabalhando em home office. Contudo, não se engane achando que essa transição foi algo simples. Para muitos, ela representou uma grande conquista, que só foi possível mediante uma sólida cultura organizacional que já existia, ou ainda, que foi implementada de forma eficiente durante a pandemia. 

Não foram necessários muitos meses de trabalho remoto para que os advogados percebessem que atuar em home office vai muito além de levar o trabalho para a casa. É preciso que o escritório tenha uma estrutura digital eficiente e, mais do que isso, uma cultura organizacional que favoreça o engajamento e a produtividade mesmo fora do ambiente de trabalho.

Além de ferramentas digitais para advogados, muitos apostaram em treinamentos, providenciaram uma infraestrutura mínima para que o advogado atuasse de forma remota e, acima de tudo, compartilharam decisões acerca da transição de um modelo presencial para um modelo digital. Porém, os escritórios que tiveram mais sucesso na transição foram aqueles que já contavam com uma estrutura digital minimamente implementada e rotinas jurídicas bem definidas. Como nem todas as bancas estavam prontas para a migração para o home office, o processo foi diferente para cada escritório e reuniu uma série de erros e acertos.

Além disso, a percepção do home office na advocacia também foi diferente entre os profissionais. Aqueles advogados que convivem com a família ou não tinham um espaço em casa reservado para o trabalho, certamente sofreram mais com a adaptação. Para alguns perfis de profissionais, o home office parece vantajoso, mas para outros não. Mesmo em condições ideais, muitas pessoas ainda consideram a separação física entre casa e trabalho algo saudável e necessário. Por isso, a adesão ao home office nem sempre foi um ponto pacífico entre advogados e a solução encontrada por muitos foi manter o espaço de trabalho aberto para aqueles que necessitavam ou preferiam. Naturalmente, o uso do espaço físico de trabalho precisava atender todos os protocolos de segurança, além de claro, as restrições impostas pelos Municípios e pelos Estados.

Modelos de trabalho na advocacia: soluções e propostas

As soluções encontradas pelos escritórios durante a pandemia foi diferente. De acordo com uma matéria do Valor Econômico, alguns optaram pelo home office em tempo integral, outros adotaram o sistema híbrido e outros abriram completamente mão do espaço físico. 

O escritório J Amaral Advogados, por exemplo, adotou o sistema “officeless”, devolvendo o imóvel que ocupavam. Já o Leite, Tosto e Barros Advogados apostou em um novo layout diferente, com mais espaço entre as mesas e sinalização para a prática do distanciamento. Além disso, a banca instituiu o uso obrigatório de máscaras no ambiente de trabalho e disponibilizou álcool em gel em diversos locais comuns e nas salas. Rotinas de higiene e desinfecção também foram adotadas por inúmeras bancas que continuaram trabalhando presencialmente, mesmo com um número reduzido de advogados.

Outra solução proposta pelos escritórios de advocacia está relacionada com o processo de tomada de decisões relacionado à transição. Nesse sentido, alguns optaram pela decisão em conjunto acerca do rodízio de profissionais na estrutura física, ou mesmo, relacionada com a adesão total ao home office. Outros deixaram a critério do advogado escolher e outros tomaram a decisão de transferir todos os profissionais para o trabalho em casa. Para uniformizar as medidas e garantir a segurança dos advogados, a OAB-SP determinou algumas diretrizes tanto nos momentos críticos, quanto nas fases de reabertura. Embora não fossem obrigatórias, muitos escritórios usaram os parâmetros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tomar decisões visando a melhor segurança dos profissionais.

O modelo híbrido de trabalho na advocacia

Depois de tanto tempo no home office, eis que o advogado se viu diante de uma nova realidade. Ao que tudo indica, o trabalho em casa é mesmo uma nova condição. Porém, o que sócios e gestores estão discutindo agora é como conciliar o home office com a atuação presencial.

O modelo híbrido de trabalho na advocacia é uma tendência e tende a se transformar em uma solução para muitos escritórios, especialmente no pós-pandemia. Como esse modelo une o home office com o trabalho presencial, ele acaba maximizando os benefícios de ambos e trazendo mais vantagens.

Um dos aspectos essenciais desse modelo, no entanto, são os acordos. Como a maioria dos escritórios passa a atuar em uma estrutura mais enxuta, é fundamental estabelecer um sistema de rodízio que acomode os diferentes interesses e necessidades dos advogados. Outro ponto é a estrutura digital. É essencial contar com boas ferramentas que viabilizem o trabalho remoto e sejam de fácil operação. 

Por fim, também é interessante ter atenção em aspectos como:

Equipamentos

É fundamental que o escritório ofereça aos advogados toda infraestrutura para o trabalho remoto. Isso inclui não apenas um notebook, como também uma boa internet e um mobiliário adequado. Uma solução dada por alguns escritórios foi ceder mesas e cadeiras para os advogados trabalharem com mais conforto em casa. Além disso, é essencial garantir internet com boa conectividade para a realização de reuniões e transmissão de documentos. 

Segurança

A segurança digital é um aspecto importante, especialmente no ambiente remoto. Além de treinamentos visando minimizar o risco de ciberataques, é essencial pensar em medidas como um bom antivírus, rede virtual privada (VPN) e wi-fi seguro. Hoje, a incidência de golpes e invasões, especialmente por meio de e-mails phishing é mais alta. E, como o colaborador está distante do ambiente de trabalho, ele se torna ainda mais suscetível a cair nesse tipo de golpe ou sofrer ataques. 

Advocacia na nuvem

As soluções cloud nada mais são do que softwares que permitem o armazenamento de dados e documentos na nuvem. Hoje, já existem soluções especializadas para o mercado jurídico (softwares jurídicos), mas também inúmeras ferramentas gratuitas que oferecem essa funcionalidade (Google Docs., Trello etc.). O uso desse recurso é essencial para o trabalho remoto e permite que o escritório tenha uma estrutura digital minimamente organizada, facilitando assim a execução de tarefas.

Modelo híbrido na advocacia é a solução?

A pandemia acelerou um processo de digitalização que já estava em curso no mercado jurídico. Em razão dos seus impactos, muitos profissionais e escritórios precisaram se adaptar. Mudar hábitos e sair da zona de conforto, nunca é uma tarefa simples, mas é uma ótima forma de desenvolver novas habilidades e inovar.

Mesmo diante das adversidades, muitos escritórios conseguiram prosperar, mantendo resultados e produtividade com um time de advogados 100% em home office. Ainda é cedo para afirmar quais serão as reais consequências dessas mudanças para o mercado. No entanto, uma coisa é certa: existem possibilidades e é possível criar escritórios com uma rotina mais flexível na advocacia.

Você acredita que adotar um modelo híbrido na advocacia pode ser uma boa solução? O mercado digital na advocacia já é uma realidade. Veja como se posicionar.

*Artigo escrito em co-autoria com Helga Lutzoff Bevilacqua

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