China se tornou a grande incubadora de ideias sobre Inteligência Artificial

Data:

O país também se destaca em transformar um avanço científico abstrato em milhares de produtos úteis e comercialmente viáveis.

inteligência artificial
Créditos: Xtock Images | iStock

Toda tecnologia passa pela era da descoberta, em que os cientistas fazem um trabalho crítico nos laboratórios de pesquisa para conseguir avanços, e pela era da implementação, em que a tecnologia atinge um ponto de utilidade prática e sai do laboratório para o mundo. Se até os anos 90 a inteligência artificial (IA) estava na fase da descoberta, hoje não mais. E essa mudança foi global: o “centro de gravidade” da IA está saindo dos Estados Unidos em direção à China.

A era das descobertas dependia fortemente da inovação vinda dos Estados Unidos, que se destaca em pesquisas visionárias e projetos astronômicos. O ambiente intelectual desimpedido do país, a rede de universidades de pesquisa e a tradicional abertura a imigrantes tornaram-no uma incubadora de grandes ideias em inteligência artificial.

Mas a implementação da IA precisa de um conjunto diferente de pontos fortes, muitos dos quais se manifestam na China: dados abundantes, cenário de negócios hipercompetitivo e governo que adapta ativamente a infraestrutura pública com a inteligência artificial em mente. É, inclusive, esses dados abundantes (que se relaciona com o número de usuários e com a demanda que eles exigem) que fomentam a melhoria dos serviços das empresas de IA.

A China também se destaca em transformar um avanço científico abstrato em milhares de produtos úteis e comercialmente viáveis. Esse processo levou a capitalização de mercado das empresas de tecnologia chinesas muito além das empresas dos colegas americanos que uma vez foram acusados ​​de “copiar”.

Engana-se quem acha que os EUA não tem mais o que ensinar, já que a pesquisa visionária será sempre importante para a IA. Mas à medida que a implementação prática se torna cada vez mais o nome do jogo, os Estados Unidos também têm muito a aprender com a China.

Engana-se também quem acha que o ecossistema de negócios de IA na China é constituída sobre o roubo de propriedade intelectual. Freqüentemente, ele é descaracterizado por analistas ocidentais que consideram a tecnologia chinesa como sendo amplamente construída neste fato. Mas esse mal-entendido reflete uma diferença de atitudes culturais em relação a uma forma perfeitamente legal de copiar: imitar um modelo de negócios bem-sucedido e ajustá-lo.

Em suma, o vencedor dessa corrida de IA provavelmente dependerá se o principal obstáculo for uma questão de tecnologia central ou simplesmente detalhes de execução. Se for técnico – grandes melhorias nos algoritmos principais -, a vantagem vai para os Estados Unidos. Se for implementação – infraestrutura inteligente ou adaptação de políticas -, a vantagem vai para a China.

Neste ponto, não sabemos qual será, mas sabemos que cada país pode melhorar suas chances de sucesso aprendendo com os pontos fortes do outro. (Com informações do The New York Times.)

Juristas
Juristashttp://juristas.com.br
O Portal Juristas nasceu com o objetivo de integrar uma comunidade jurídica onde os internautas possam compartilhar suas informações, ideias e delegar cada vez mais seu aprendizado em nosso Portal.

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

AB2L London Summit: a revolução da advocacia global passa por Londres

Evento inédito reúne lideranças jurídicas para explorar inovação, tecnologia...

Justiça catarinense confirma possibilidade de penhora de bens comuns do casal em ação de execução

A penhora sobre os bens comuns do casal no regime de comunhão universal de bens é juridicamente viável, desde que a meação do cônjuge não devedor seja devidamente preservada, conforme determina o artigo 1.667 do Código Civil, observando as exceções previstas no artigo 1.668.

Digital Influencer será indenizado após suspensão injustificada de conta no TikTok

A suspensão arbitrária de um perfil em rede social configura falha na prestação de serviço, especialmente quando a conta é utilizada como fonte de renda. Caso a plataforma não comprove a violação dos termos de uso, pode ser condenada à reativação do perfil e ao pagamento de indenização por danos morais.

Justiça exige maior rigor de multinacional para combater golpes virtuais durante Black Friday

O juízo da 2ª Vara Cível da comarca de Brusque determinou que uma multinacional de anúncios digitais adote medidas imediatas para prevenir o uso de sua plataforma em golpes virtuais. A decisão, proferida em 25 de novembro de 2024, obriga a empresa a bloquear anúncios que utilizem indevidamente o nome e a imagem de uma rede de lojas de departamentos e de seu proprietário, salvo os provenientes de perfis verificados e oficiais.