AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL CC. DISSOLUÇÃO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de João Pessoa – Paraíba
MARIA DO CARIBE, brasileira, solteira, Empregada Domestica, portadora de CPF 000.000.000-00 e Carteira de Identidade 000.000 2ª via – SSP/SP, residente e domiciliada na Rua do Dromedário, nº 000, Bairro, João Pessoa – PB, CEP 00000-000, por seu advogado adiante assinado, legalmente constituído nos termos do instrumento de mandato em anexo, com Escritório situado à Av. Jurídica nº 000, Bairro, CEP 00000-000, João Pessoa – PB, onde receberá notificações, vem, com respeito e acatamento à presença de Vossa Excelência propor
AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C DISSOLUÇÃO
observando-se o procedimento ordinário, como de fato propõe em face de FULANO DA SILVA SAURO, brasileiro, solteiro, Auxiliar de Pedreiro, residente e domiciliado na Rua do Dromedário, nº 000, Bairro, João Pessoa – PB, CEP 00000-000, e o faz esteada em legislação atinente, jurisprudência cristalizada em Instâncias Superiores e pelos motivos e razões adiante expendidos:
A QUAESTIO FACTI
A autora manteve uma união estável com o réu por um decurso de tempo de doze (12) anos, período este, em que o casal teve como fruto do relacionamento, o nascimento de duas filhas, quais sejam: FULANINHA CARIBE SAURO, nascida em 00 de abril de 0000 e CICRANINHA CARIBE SAURO, nascida em 00 de fevereiro de 0000.
No ano de nascimento da segunda filha (0000), o réu deu início às agressões à sua família. Ao mesmo passo em que deu os primeiros sinais de desvio de sua personalidade, nos últimos meses, transformando-se em um ébrio.
Constantemente o réu chegava à residência da família, totalmente alcoolizado e violento. A autora relata que o réu deteriorou a porta de entrada da residência, o forro de gesso de todos os cômodos e também as telhas do imóvel, quebrando ainda a pia e tantos outros bens da residência; não satisfeito o réu ainda ameaçou atear fogo na casa com todos os seus familiares, inclusive as filhas do casal – menores impúberes, dentro do imóvel.
- O réu, além disso, constantemente, cometia:
I-) Violência física contra a sua companheira, ora autora desta demanda;
II-) A violentava sexualmente de forma forçada;
III-) Frequentemente oferecia ameaças de morte, perante qualquer um que quisesse ouvir, à sua companheira, chegando a acordá-la, certa vez, com uma faca;
IV-) Não atinava pela segurança de suas filhas, quando chegava na residência portando arma de fogo e a deixava sem muitos cuidados;
V-) Além de atentar contra a integridade psicológica de suas filhas quando o réu a todo momento repetia na presença das menores que iria matar a mãe delas.
Além de todos os fatos apresentados, o réu, não satisfeito com o terrorismo prestado a sua família, jogou no lixo os objetos pessoais da autora e vendeu os bens domésticos da residência (os que ainda restavam inteiros após os seus atos de destruição).
O réu perseguia a autora em todos os seus passos, inclusive no seu trabalho; em decorrência disso, por três vezes, perdeu o emprego.
Destarte, somente restava a autora como solução, diante da situação de descontrole do réu, fugir de sua própria residência com suas duas filhas, para pedir o abrigo de vizinhos e familiares a fim de preservar a segurança física e a integridade moral e psicológica, sua e de suas filhas; além de resguardar as crianças de presenciar, mais uma vez, o próprio pai praticando tais atos.
Procurando soluções, a autora buscou ajuda de uma Defensora Pública, que aconselhou a saída do réu da residência. Ele cumpriu com o estabelecido, porém permaneceu nas vizinhanças, com ameaças e pressões morais e psicológicas.
Diante da situação, a autora, MARIA DO CARIBE, resolveu fechar a residência colocando placa de aluguel, com a pretensão de utilizar esse recurso para também locar novo lar para viver com suas filhas em local longínquo do réu.
Seu objetivo não pode se perfazer visto que o réu arrombou a casa, onde está vivendo com uma outra mulher. Convém salientar que a referida residência foi construída no terreno de posse da mãe da autora e que o réu, além de deixar suas filhas entregues ao desalento, sem local certo de moradia, nunca prestou nenhuma forma de auxilio alimentar às crianças.
Posto isto, considerando que a pretensão da autora encontra respaldo no artigo 1.723 e seguintes do Código Civil brasileiro e no artigo 226 §3° da Constituição da República, requer a Vossa Excelência:
Digne-se a requerer à citação do promovido no endereço declinado para, querendo, no prazo e forma legais apresentar a sua resposta sob pena de não o fazendo, se presumirão aceitos pelo promovido, os fatos articulados pela promovente – Da revelia (art. 285, parte final, do CPC).
Após a instrução processual de estilo e prevista em lei, a concessão, inaudita altera parte, de liminar, determinando a saída, imediata do réu da residência, expedindo-se, para tanto, mandado, onde deverá constar autorização para o uso, se necessário, de força policial.
Que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei nº 1.060/50, bem como com fundamento no artigo 98 do CPC/2015, por não ter condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de suas famílias, conforme atestado de pobreza que instrui a exordial.
A convocação do representante do Ministério Público para tomar ciência do feito e acompanhar todos os atos, até a decisão final, como prevê o Art. 178, II c/c Art. 719 e seguintes do Código de Processo Civil brasileiro.
O reconhecimento, por sentença, da união estável entre a autora e o réu, declarando-se, por conseguinte, a dissolução da mesma, ressaltando-se que a guarda das filhas menores ficará com a mãe, ora autora, o direito de visitas do réu e a pensão alimentícia dar-se-á da forma estabelecida pela ação de alimentos em andamento (processo n° ).
A consignação para que a residência, construída em terreno de posse da mãe da autora, seja estabelecida como lar das menores FULANINHA e CICRANINHA.
Protestando provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, inclusive pela juntada de documentos, oitiva das testemunhas, requerendo-se desde já o depoimento pessoal do requerido.
Dá-se à causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para efeitos meramente fiscais.
Nesses Termos,
Pede e Espera Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
Nome do Advogado
[Número de Inscrição na OAB]
ROL DE TESTEMUNHAS:
1 – Nome
Endereço
Identidade e CPF
Telefone
2 – Nome
Endereço
Identidade e CPF
Telefone