CNJ apura acusações a juiz do trabalho de assédio sexual praticado contra mulheres

Data:

trabalho
Créditos: Milkos | iStock

A Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está apurando denúncias de assédio sexual contra juiz do trabalho de São Paulo, Marcos Scalercio, que também dá aulas de direito no Damásio famoso cursinho preparatório para concursos públicos e OAB. Juiz substituto do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2 – SP), ele está sendo acusado por ao menos dez mulheres por pratica de assédio entre 2014 e 2020.

Em 2021, três mulheres que formalizaram denúncias de assédio sexual por meio do Projeto Justiceiras, que recebe denúncias e atende mulheres vítimas de violência, na organização sem fins lucrativos Me Too Brasil, que presta assistência jurídica gratuita a vítimas de violência sexual. O caso foi revelado nesta segunda (15), em reportagem no G1.

trabalho
Créditos: Milkos | iStock

Após receber as denúncias a ONG apresentou ao Conselho Nacional do Ministério Público, que depois acionou os órgãos competentes. Atualmente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília, e o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), em São Paulo, apuram essas três acusações contra o juiz, respectivamente, nas esferas administrativa e criminal.

Segundo o G1 as denunciantes, que não querem ser identificadas por temerem represálias, são: uma funcionária do TRT, uma advogada, uma estagiária de direito, seis alunas do cursinho Damásio à época, e uma professora de direito – com quem a reportagem conversou.

aposentadoria revogada a juiz do Trabalho
Créditos: Michał Chodyra | iStock

Das dez mulheres, três delas acusam o magistrado de 41 anos de agarrá-las e beijá-las à força dentro do seu gabinete no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na Barra Funda, Zona Oeste da capital, ou em uma cafeteria próxima ao cursinho, no Centro.

Outras sete vítimas também relatam que ele usou as redes sociais para assediá-las, tendo comportamento inapropriado e enviando mensagens com conotação sexual. Uma das teria participado de uma reunião por vídeo em que o magistrado estaria “completamente nu e se masturbando”.

A defesa do juiz disse que as acusações já foram analisadas pela Corregedoria e pelo Colegiado do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região, que o magistrado foi absolvido e o caso arquivado; que o arquivamento demonstrou que o conjunto de provas é absolutamente insuficiente; que o juiz não responde ao caso na esfera criminal; e que o magistrado é um profissional de reconhecida competência e ilibada conduta pessoal.

Município é condenado por assédio moral após transferir trabalhadora que discutiu com prefeito
Créditos: r.classen / Shutterstock.com

A Corregedoria Nacional de Justiça afirmou que os fatos tramitam em segredo de justiça e vai avaliar se houve infração disciplinar. O Tribunal Regional Federal da Terceira Região afirmou que há uma petição criminal em análise, e que o processo corre em segredo de justiça.

O curso Damásio afirmou que afastou o juiz Marcos Scalercio; que, desde 2015, não recebeu manifestação de estudantes nos canais oficiais; e que não compactua com ações contrárias ao código de ética do curso.

Com informações do G1 e CNN Brasil.


Fique por dentro de tudo que acontece no mundo jurídico no Portal Juristas, siga nas redes sociais: FacebookTwitterInstagram e Linkedin. Adquira seu registro digital e-CPF e e-CNPJ na com a Juristas Certificação Digital, entre em contato conosco por e-mail ou pelo WhatsApp (83) 9 93826000.

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Concessionária de energia é condenada a indenizar usuária por interrupção no fornecimento

A 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de uma concessionária de energia ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais a uma usuária que ficou sem fornecimento de energia elétrica por quatro dias, após fortes chuvas na capital paulista em 2023. A decisão foi proferida pelo juiz Otávio Augusto de Oliveira Franco, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Vila Prudente.

Homem é condenado por incêndio que causou a morte do pai idoso

A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação de um homem pelo crime de incêndio que resultou na morte de seu pai idoso. A decisão, proferida pela Vara Única de Conchal, reduziu a pena para oito anos de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.

Remuneração por combate a incêndio no Porto de Santos deve se limitar ao valor do bem salvo

A 9ª Vara Cível de Santos condenou uma empresa a pagar R$ 2,8 milhões a outra companhia pelos serviços de assistência prestados no combate a um incêndio em terminal localizado no Porto de Santos. O valor foi determinado com base no limite do bem efetivamente salvo durante a operação.

Casal é condenado por expor adolescente a perigo e mantê-lo em cárcere privado após cerimônia com chá de ayahuasca

A 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a condenação de um casal pelos crimes de sequestro, cárcere privado e exposição ao perigo à saúde ou vida, cometidos contra um adolescente de 16 anos. A decisão, proferida pela juíza Naira Blanco Machado, da 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, fixou as penas em dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção, substituídas por prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo.