Defensora Pública defende transformação social através do fim do racismo                           

Data:

A defensora pública Aline Mota tem se empenhado - sobretudo na condição de Coordenadora do grupo de trabalho pela igualdade racial da DPPB e coordenadora-adjunta da comissão temática da igualdade étnico-racial da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos - para que a campanha deste ano, que tem como tema “Racismo se combate em todo lugar”, tenha o maior alcance possível dentro e fora das Defensorias Públicas e, mais que isso, possa se perpetuar na sociedade.

“Embora a população negra represente mais da metade da população brasileira (55,8%), paradoxalmente, as pessoas negras não ocupam espaços de poder e postos de trabalho de liderança e, historicamente, ocupam posições de subalternidade. Queremos uma transformação social a partir da eliminação desse sistema tão opressor, violento e excludente que é o racismo”, destacou.

Outras variantes de racismo

Ela acrescentou que pessoas negras são a maioria no sistema prisional, as maiores vítimas de erros de reconhecimento de pessoas no âmbito judicial, as que recebem as penas mais altas e também são as que mais morrem por conta da violência policial. A discriminação racial também se traduz no menor acesso a direitos básicos, como saúde, educação, alimentação, trabalho e lazer.

Nesse contexto, os dados estatísticos revelados por Aline impressionam e chocam. Por exemplo, apenas 10% (dez por cento) dos colunistas dos grandes jornais são negros; apenas 1% (um por cento) de advogados(as) são negros(as); e apenas 4% das defensoras e defensores públicos são negros(as).

O preconceito também pode ser dimensionado de outras formas não menos indignantes. 67% da população prisional é negra , ou seja, dois em cada três presos no Brasil são negros; as mulheres negras ganham até 70% a menos que homens brancos na mesma função; e a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil.

Cotas e Grupo de Trabalho

Aline Mota, que é natural de Salvador e atua na Comarca de Cajazeiras, na região do Alto Sertão da Paraíba, lembrou que aqui no estado vem desde 2020 realizando lives e eventos virtuais sobre o racismo, com intuito de promover o letramento racial.

“A Defensoria Pública da Paraíba está em vias de adotar a política de cotas raciais em seus concursos, cuja matéria se encontra para votação pelo Conselho Superior. Ademais, foi publicada recentemente a portaria de criação do Grupo de Trabalho pela igualdade racial, vinculado ao Núcleo de Direitos Humanos", concluiu.

Sobre a Campanha

A campanha da ANADEP intitulada "Racismo se combate em todo o lugar: defensoras e defensores públicos pela equidade racial" tem por objetivo a educação em direitos da população no sentido de se chamar a atenção para a existência do racismo estrutural na sociedade e a urgência em se combatê-lo, por meio da conscientização e da adoção de políticas antirracistas no âmbito institucional.

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

TJSP mantém condenação de acusados que aplicavam golpe em locadora de veículos

A 7ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a decisão da 13ª Vara Criminal da Capital, sob a juíza Erika Fernandes, que condenou três homens por associação criminosa, com um deles também condenado por estelionato, relacionado a um golpe praticado contra uma locadora de veículos. As penas impostas, variando entre um e dois anos de reclusão, foram convertidas em medidas alternativas, incluindo prestação pecuniária e serviços comunitários.

Tribunal nega devolução em dobro após depósito realizado por engano

A 2ª Vara Cível de Araraquara julgou um caso envolvendo a devolução de R$ 37 mil que foram depositados por engano em uma empresa após um contrato de securitização de ativos empresariais. Após o acordo, a empresa não mais gerenciava os ativos, mas recebeu indevidamente o depósito de uma devedora. A empresa devolveu o dinheiro 14 dias após o depósito, mas apenas depois que a ação foi ajuizada, o que levou a autora a pedir a devolução em dobro, alegando retenção indevida do montante.

Estado indenizará estudante trans depois de ofensas de professor

A Vara da Fazenda Pública de Guarujá condenou o Estado de São Paulo a pagar uma indenização por danos morais no valor de R$ 8 mil a uma estudante trans, devido a comentários ofensivos feitos por um professor sobre a comunidade LGBT em sala de aula. Além disso, foi estabelecido um pagamento de R$ 800 por danos materiais, referente aos custos com tratamento psicológico que a estudante teve após o incidente.

Ré é condenada por uso de embalagem similar ao da concorrente

A 5ª Vara Cível de Barueri condenou uma empresa do ramo alimentício por praticar concorrência desleal ao comercializar geleias em potes e embalagens muito parecidos com os de uma marca concorrente. A decisão judicial ordenou que a empresa ré cessasse o uso desses produtos e determinou o pagamento de uma indenização por danos materiais, cujo montante será definido na fase de liquidação do processo.