Estudante foi preso em flagrante em 2017.
O estudante de medicina Andrio Coletto Bozzetto foi condenado por estupro de vulnerável e por armazenar imagens com cenas de sexo explícito ou pornográficas envolvendo crianças ou adolescentes. A decisão relativa ao estupro é considerada inédita no estado, por se tratar de um crime cometido pela internet. Bozzetto foi preso em flagrante em setembro de 2017.
Bozzetto deve cumprir pena de 14 anos, dois meses e 11 dias de prisão. “Respeitamos a sentença condenatória. Não concordamos com ela, mas respeitamos”, disse Tiago Lima Gavião, advogado de Andrio afirmando que recorrerá da decisão.
Júlio Almeida, Promotor da décima primeira Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), responsável por oferecer a denúncia, elogiou a decisão da 6° Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre.
“É preciso compreender o alcance da acertada decisão da Justiça que, aceitando a nossa tese, dá um passo importante para que os responsáveis por crimes de abuso sexual contra crianças, cometidos no ambiente virtual, sejam punidos exemplarmente”, disse Almeida.
O caso
Andrio Coletto Bozzetto foi preso enquanto fazia plantão em um hospital da capital gaúcha no ano passado. No apartamento do estudante, em Porto Alegre, foram encontrados milhares de fotos pornográficas de crianças e adolescentes em um computador.
A investigação teve início em abril de 2017, após o pai de um menino de 10 anos que mora em São Paulo descobrir a troca de mensagens de conteúdo sexual entre a criança e o homem. O pai informou a Polícia Civil, que rastreou os diálogos e chegou a Porto Alegre.
Segundo o MPRS, a apuração dos fatos apontou que o Bozzetto usava a rede (de internet) da faculdade onde estudava para trocar arquivos e fazer contato com uma das vítimas. O estudante também realizava trabalho voluntário junto a crianças e adolescentes.
Para o promotor Júlio Almeida, o estupro de vulnerável ficou claramente evidenciado. “Embora abusador e vítima estivessem geograficamente em estados diferentes, o ambiente virtual é capaz de simular o encontro, como se de fato, fisicamente, juntos estivessem e isso, certamente, provocou danos à vítima, que, após o ocorrido, passou a manifestar comportamento atípico”, justificou. (Com informações do G1.)