Golpe da cota contemplada de consórcio resulta na condenação de 9 pessoas

Data:

Consórcio
Créditos: Number1411 / Shutterstock.com

Um grupo integrado por 9 pessoas – 8 homens e 1 mulher – foi condenado pelos crimes de estelionato e indução de consumidor ao erro, praticados na região Oeste do Estado de Santa Catarina entre os anos de 2011 e 2016. Somadas as penas, as condenações alcançaram 33 anos, 4 meses e 1 dia de reclusão.

A sentença de 300 páginas, prolatada neste mês na 1ª Vara Criminal da Comarca de Chapecó (SC), determinou ainda o pagamento de multa no montante de R$166.320,00 (cento e sessenta e seis mil, trezentos e vinte reais). O grupo foi responsabilizado por um esquema de venda de supostas cotas contempladas de consórcio.

Os acusados, de acordo com a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), ofereciam cotas inexistentes aos clientes que, para receber o valor, tinham que efetuar pagamentos percentuais correspondentes ao total já quitado pelo dono da cota original. Em alguns casos, esse valor ultrapassava R$ 70.000,00 (setenta mil reais). Além disso, os novos cotistas deveriam assumir as parcelas restantes.

O contrato era registrado em cartório e o depósito da entrada efetuado. Decorrido prazo acordado para repasse do suposto valor contemplado, as vítimas procuravam a administradora do grupo de consórcios e descobriam que a tal cota era inexistente. Algumas das 50 vítimas identificadas conseguiram ressarcimento parcial da entrada paga.

Outra venda enganosa que acontecia envolvia cotas ainda em aberto, porém com a promessa de contemplação em pouco tempo. Situação que fugia ao controle do vendedor, já que o sorteio ocorre em âmbito nacional, muitos deles pelo resultado da Loteria Federal. Tal promessa caracteriza crime contra as relações de consumo, previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Há registro de vítimas em Chapecó, Xaxim, Xanxerê, Abelardo Luz, Ouro, Pinhalzinho, Saudades, Seara, Concórdia e Vargeão, todas no Oeste catarinense, e ainda em Planalto/RS.

A decisão de primeira instância deixou de estipular reparação dos danos causados pelos acusados por haver diversos processos cíveis em tramitação para apuração dos valores exatos que, posteriormente, serão ressarcidos aos lesados.

Os acusados receberam o direito de recorrer em liberdade. Sete deles tiveram as penas de restrição de liberdade substituídas por prestação de serviços à comunidade e pagamento de prestação pecuniária.

Processo: 0900295-56.2016.8.24.0018

(Com informações do Tribunal de Justiça de Santa Catarina – TJSC)

Juristas
Juristashttp://juristas.com.br
O Portal Juristas nasceu com o objetivo de integrar uma comunidade jurídica onde os internautas possam compartilhar suas informações, ideias e delegar cada vez mais seu aprendizado em nosso Portal.

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Concessionária de energia é condenada a indenizar usuária por interrupção no fornecimento

A 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de uma concessionária de energia ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais a uma usuária que ficou sem fornecimento de energia elétrica por quatro dias, após fortes chuvas na capital paulista em 2023. A decisão foi proferida pelo juiz Otávio Augusto de Oliveira Franco, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Vila Prudente.

Homem é condenado por incêndio que causou a morte do pai idoso

A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação de um homem pelo crime de incêndio que resultou na morte de seu pai idoso. A decisão, proferida pela Vara Única de Conchal, reduziu a pena para oito anos de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.

Remuneração por combate a incêndio no Porto de Santos deve se limitar ao valor do bem salvo

A 9ª Vara Cível de Santos condenou uma empresa a pagar R$ 2,8 milhões a outra companhia pelos serviços de assistência prestados no combate a um incêndio em terminal localizado no Porto de Santos. O valor foi determinado com base no limite do bem efetivamente salvo durante a operação.

Casal é condenado por expor adolescente a perigo e mantê-lo em cárcere privado após cerimônia com chá de ayahuasca

A 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a condenação de um casal pelos crimes de sequestro, cárcere privado e exposição ao perigo à saúde ou vida, cometidos contra um adolescente de 16 anos. A decisão, proferida pela juíza Naira Blanco Machado, da 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, fixou as penas em dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção, substituídas por prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo.