A Oi protocolou nesta terça-feira, perante a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a atualização do seu Plano de Recuperação Judicial, aprovado pelo Conselho de Administração da empresa após extensas negociações com seus credores. Esta nova versão do plano será submetida à votação em Assembleia Geral de Credores, agendada para o início de março, e posteriormente deverá ser homologada pelo Juízo da Recuperação Judicial.
Com o novo plano, a Oi visa reestruturar suas dívidas financeiras, alinhando-as à sua capacidade de pagamento, enquanto mantém suas operações e impulsiona o crescimento de seus negócios, especialmente no segmento de fibra ótica, considerado o principal produto da empresa. Entre as propostas incluídas, está a captação prioritária de até U$ 650 milhões, ou R$ 3,2 bilhões, por meio de empréstimo, além da possibilidade de obtenção de outros recursos por meio de um eventual aumento de capital ou contratação de novas linhas de crédito para refinanciamento das dívidas.
Para garantir essas operações, a Oi pretende se utilizar da venda de ativos, como a Unidade Produtiva Isolada (UPI) ClientCo, que concentra cerca de 4 milhões de clientes de fibra, e da participação na V.tal, uma empresa de rede neutra. Além disso, o plano contempla a reestruturação dos créditos de fornecedores com contratos de garantia de consumo mínimo, conhecidos como Take or Pay, em consonância com as negociações em curso com empresas de torres e satélites.
No entanto, não está prevista a inclusão da Oi Soluções, a divisão corporativa de negócios da Oi, que tem mostrado expansão significativa em tecnologia da informação (TI). No terceiro trimestre de 2023, os serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) apresentaram um crescimento anual de 23,8%, representando 26,2% da receita da Oi Soluções no período.
O conselheiro da empresa, Rodrigo Abreu, destacou a importância deste novo plano para equilibrar as dívidas financeiras, muitas delas vinculadas à variação cambial, e para alcançar a sustentabilidade financeira. Abreu, que é ex-CEO da companhia e lidera as negociações com os credores, ressaltou a necessidade de satisfazer as expectativas dos bondholders, detentores de títulos de ECAs, bancos nacionais e fornecedores com contratos Take or Pay.
Em 2023, a Oi alcançou a marca de 4 milhões de residências conectadas por fibra ótica até o final do terceiro trimestre, registrando um crescimento anual de receita de 6% apenas com este serviço, o que reforça a importância estratégica da fibra como o principal produto da empresa, representando cerca de 60% da sua receita total.
Com informações do Portal Convergência Digital.
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