Foi rejeitado pela Justiça paulista o pedido de prisão domiciliar feito pela defesa do ex-médico Roger Abdelmassih, especialista em reprodução assistida condenado a 181 anos de prisão por estupros e atentados violentos ao pudor contra pacientes.
Os advogados do ex-médico fizeram o pedido de prisão domiciliar argumentando que ele é portador de cardiopatia grave e irreversível, que a sua saúde piorou na prisão e que a medida é necessária para proteger a sua vida.
“Após essas novas e recentes internações, com procedimentos cirúrgicos, inclusive, Abdelmassih não consegue fazer absolutamente nada, tendo de ser monitorado em tempo integral”, afirmaram seus advogados à Justiça. “Ele necessita [do acompanhamento] de uma pessoa confiável e dedicada, e não o seu colega de cela, que o auxilie nos seus cuidados diários.”
A juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani não aceitou a argumentação. Citando um laudo pericial, afirmou que, mesmo sendo uma pessoa idosa, debilitada e dependente do auxílio de terceiros, “o ex-médico vem recebendo cuidados contínuos no cárcere, medicação adequada, atenção especial e acompanhamento médico disponível de forma ininterrupta”.
A juíza afirmou que o acompanhamento está sendo feito na prisão por meio do projeto ‘Médicos Presos atendendo Presos’, que “vigora 24 horas, o que certamente não ocorreria em seu próprio domicilio.” Disse também que, no caso de eventuais demandas emergenciais, ele poderá ser rapidamente transferido para um hospital, como já ocorreu em outras ocasiões.
“Há de se reconhecer que, se a estrutura carcerária fosse de fato tão prejudicial à saúde [de Abdelmassih], ou lhe submetesse a iminente risco de morte, o mesmo certamente já teria fenecido [falecido]”, afirmou, citando que desde 2017 ele solicita a prisão domiciliar por questões de saúde. Abdelmassih pode recorrer da decisão.
Com informações do UOL.
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