Uberização: Supremo vai decidir se há vínculo empregatício entre motoristas e plataformas de aplicativos

Data:

Uber indenizará passageiros após motorista levar pertences
Créditos: Chainarong Prasertthai | iStock

O Supremo Tribunal Federal (STF) irá deliberar sobre a existência de vínculo empregatício entre motoristas de aplicativos e as empresas que gerenciam essas plataformas digitais. A matéria, cuja repercussão geral foi reconhecida, aborda a chamada uberização do trabalho, um tema relevante do ponto de vista social, jurídico e econômico, ultrapassando os interesses das partes envolvidas no processo.

O Recurso Extraordinário (RE) 1446336 (Tema 1291), apresentado pela Uber, coloca em questão a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que reconheceu o vínculo empregatício entre uma motorista e a empresa. A Uber argumenta que a decisão do TST ameaça o direito à livre iniciativa econômica e pode comprometer modelos inovadores de mobilidade urbana.

O TST considerou que o motorista de aplicativo está subordinado à empresa, pois não tem controle sobre os preços das corridas nem sobre os percentuais de desconto aplicados. Além disso, a plataforma estabelece critérios para aceitar ou desligar os motoristas, o que caracteriza subordinação.

O relator do caso, ministro Edson Fachin, destacou a importância de uma solução uniforme para a controvérsia, dada a insegurança jurídica decorrente das decisões divergentes sobre o tema. Ele ressaltou ainda o impacto sobre milhares de profissionais e usuários, bem como sobre a economia e a sociedade como um todo, enfatizando a necessidade de conciliar os direitos trabalhistas com os interesses econômicos das partes envolvidas.

Com informações do Supremo Tribunal Federal (STF).


Você sabia que o Portal Juristas está no FacebookTwitterInstagramTelegramWhatsAppGoogle News e Linkedin? Siga-nos!

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Modelo de recurso contra multa por não obedecer à sinalização de trânsito

Modelo para recurso contra multa por não obedecer à...

TJSP invalida venda de empresa por inclusão de crédito do qual não é titular

A 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo, em julgamento estendido, declarou a invalidade da venda de uma empresa que incluía no preço final valores de precatórios dos quais não era titular, caracterizando uma operação de crédito a non domino.

Mantida multa de empresa que vendia produtos fora do prazo de validade

A 13ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a decisão da Vara de Viradouro, proferida pela juíza Débora Cristina Fernandes Ananias Alves Ferreira, que negou o pedido de anulação de uma multa aplicada pelo Procon a um estabelecimento comercial. O local foi multado em R$ 20,6 mil por vender produtos fora do prazo de validade.

Plano de saúde custeará exame genético para tratamento de síndrome

A 9ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) manteve a decisão da 10ª Vara Cível de Campinas, proferida pelo juiz André Pereira de Souza, que determinou que uma operadora de plano de saúde deve autorizar e custear a avaliação genética com pesquisa etiológica para um beneficiário portador da Síndrome de West.