Internacionalização de Startups exige planejamento minucioso

Data:

Analisar mercado externo e ter reserva de até 40% são importantes nessa etapa

startups
Créditos: eternalcreative | iStock

Para quem é empreendedor, o sonho de operar em outros países é comum e quase unânime. É o caminho “natural” de crescimento, que capta olhares e investimentos externos mais expressivos, ao exemplo dos maiores cases nacionais – Nubank, 99, Stone, Movile e PagSeguro.

Estima-se que, no Brasil há cerca de 15 mil startups em operação, sendo pouco mais de 13 mil mapeadas pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups). Neste universo amplo de inovação, apenas 7% das startups brasileiras estão buscando a internacionalização, segundo dados do StartOut Brasil, programa de internacionalização de startups promovido pelo Governo Federal.

Ainda de acordo com o programa, que contribuiu com a internacionalização de 87 startups, de 2017 a 2019, mais de 860 empresas mostraram interesse em começar a atuar em outro país, sendo Portugal (Lisboa), Estados Unidos (Miami), Canadá (Toronto), Alemanha (Berlim) e Chile (Santiago) os destinos mais procurados.

Esses números, a princípio, podem parecer desanimadores, mas demonstram um grande potencial de crescimento do ecossistema brasileiro de startups.

Visão sem fronteiras

 

A quem deseja trilhar esse caminho, a primeira coisa a se ter em mente para ter relevância no exterior é o mindset global, que determina a competitividade mundo afora. Nesse quesito, os empreendedores precisam ter uma visão ampla de seus negócios, sem o limite de fronteiras.

Por esse motivo, a internacionalização deve seguir um roteiro. O início desse processo deve ser a pesquisa de mercado fora do país de atuação e o público alvo que pode receber. Uma vez decidido o mercado com o qual se deseja negociar (compra, venda ou investimento), é preciso conhecer o “ambiente de negócios”, relativo a questões culturais, econômicas, regulatórias, jurídicas, entre outras, dependendo do tipo de relação e do produto/serviço.

Internacionalização de Startups exige planejamento minucioso | Juristas
Créditos: DisobeyArt | iStock

“No momento da internacionalização de uma startup o empreendedor acaba avançando, na maioria das vezes, de forma muito rápida na evolução da empresa e, por esta razão, pode esquecer de alguns pontos relevantes, juridicamente, para o crescimento saudável do negócio. É importante ficar atento no contrato social, acordo entre sócios, termos de uso, política de privacidade, contratos com fornecedores, parceiros e mentores de fora do Brasil, além de estar de acordo com a legislação de exportação do país de origem para o seu segmento e a de importação do mercado de destino e, principalmente, verificar aspectos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e da leis vigentes no país para a transferência internacional de dados e o seu tratamento”, explica Arthur Braga Nascimento, CEO e advogado do BNZ Innovation, braço do BNZ Advogados.

Para este patamar, legalmente, a startup precisa estar formalizada no Brasil, pois, para realizar qualquer tipo de operação, é necessário um Pessoa Jurídica devidamente habilitada (prestação de serviços, compra, venda, investimento etc.). Em seguida, o empreendedor deve montar um planejamento estratégico que ajude a consolidar a marca em outro país e, assim, gerar um respaldo para que esta decole lá fora.

 

Investimentos

 

Quando se tem um plano de expansão, é preciso ter em mente quais os gastos envolvem essa expansão – levando em consideração o capital de giro necessário para manter o negócio ativo, até que seja possível atingir o ponto de equilíbrio. De acordo com o fundador e CEO da Bicalho Consultoria Legal, Vinícius Bicalho, não existe uma fórmula pronta para calcular a reserva.

empreender startups
Créditos: ipopba | iStock

“O que nós sugerimos, normalmente, é um acréscimo de 30% a 40% no valor calculado como orçamento para a implantação do negócio no exterior. Com os cálculos em mãos, o empreendedor pode buscar investidores e parceiros para apoiar esse crescimento, criando também endosso a países que podem se estabelecer melhor internacional”.

Trocar experiências também é vantajoso aos empreendedores. O hábito do network, portanto, deve fazer parte do dia a dia do empreendedor, em especial, com agentes do ecossistema de outros países, ajudando a minimizar as dúvidas das rotinas internacionais.

 

Leia também:

 

Fique por dentro de tudo que acontece no mundo jurídico no Portal Juristas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e Linkedin. Converta seus arquivos PDF em uma ferramenta online e gratuita do Juristas.

Juristas
Juristashttp://juristas.com.br
O Portal Juristas nasceu com o objetivo de integrar uma comunidade jurídica onde os internautas possam compartilhar suas informações, ideias e delegar cada vez mais seu aprendizado em nosso Portal.

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Concessionária de energia é condenada a indenizar usuária por interrupção no fornecimento

A 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de uma concessionária de energia ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais a uma usuária que ficou sem fornecimento de energia elétrica por quatro dias, após fortes chuvas na capital paulista em 2023. A decisão foi proferida pelo juiz Otávio Augusto de Oliveira Franco, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Vila Prudente.

Homem é condenado por incêndio que causou a morte do pai idoso

A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação de um homem pelo crime de incêndio que resultou na morte de seu pai idoso. A decisão, proferida pela Vara Única de Conchal, reduziu a pena para oito anos de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.

Remuneração por combate a incêndio no Porto de Santos deve se limitar ao valor do bem salvo

A 9ª Vara Cível de Santos condenou uma empresa a pagar R$ 2,8 milhões a outra companhia pelos serviços de assistência prestados no combate a um incêndio em terminal localizado no Porto de Santos. O valor foi determinado com base no limite do bem efetivamente salvo durante a operação.

Casal é condenado por expor adolescente a perigo e mantê-lo em cárcere privado após cerimônia com chá de ayahuasca

A 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a condenação de um casal pelos crimes de sequestro, cárcere privado e exposição ao perigo à saúde ou vida, cometidos contra um adolescente de 16 anos. A decisão, proferida pela juíza Naira Blanco Machado, da 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, fixou as penas em dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção, substituídas por prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo.