Igreja Mundial é condenada após humilhar fiel negro

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Pastor não tem vínculo reconhecido com Igreja Mundial do Poder de Deus
Créditos: Africa Studio / Shutterstock.com

O juiz Guilherme Ferreira da Cruz, da 45ª Vara Cível Central de São Paulo, condenou a Igreja Mundial do Poder de Deus a indenizar por danos morais, o cabeleireiro Jonas de Freitas, que disse ter sido humilhado por seguranças em um dos templos da igreja fundada pelo apóstolo, Valdemiro Santiago.

Segundo Freitas, em outubro de 2020, entrou em um templo da igreja Mundial no Brás, em São Paulo, ajoelhou-se, ergueu os braços para o alto, fechou os olhos e começou a rezar, até que foi interpelado de modo grosseiro e ostensivo por três seguranças do templo. Os seguranças, de acordo com o cabelereiro, alegaram ter recebido uma denúncia e que ele era "suspeito", tomaram a sua mochila e despejaram todo o conteúdo no chão, na frente dos demais fiéis.

"Vilipendiaram grosseiramente o meu direito mais sagrado, de ficar em paz recolhido em oração", afirmou Freitas à Justiça. O cabeleireiro, que considera ter sido vítima de preconceito por ser negro, destacou que, ao ser abordado, solicitou aos seguranças que a revista fosse feita em uma sala reservada, mas não foi atendido.

Em sua defesa a Igreja Mundial disse que houve uma denúncia contra o fiel, que a abordagem foi realizada respeitosamente e que o cabeleireiro não passou por nenhum tipo de constrangimento. "A Igreja prega a inclusão social, não havendo o que se falar em distinção de pessoas dentro de seu templo", declarou à Justiça por meio de seus advogados. A igreja se comprometeu entregar um vídeo à Justiça com as imagens da situação, mas não o fez.

O magistrado, não aceitou a argumentação e condenou a Mundial ao pagamento de R$ 5 mil pelos danos morais, Freitas queria R$ 80 mil. Não cabe mais recurso da decisão.

Com informações do UOL.

 

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Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

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