Ministério Público pede a falência da Pan, famosa pelos 'cigarros' de chocolate

Data:

tj-sp
Créditos: Creative-Touch | iStock

O Ministério Público de São Paulo pediu à Justiça que decrete a falência da empresa Pan (Produtos Alimentícios Nacionais), que ficou famosa no país no século passado pela produção de cigarrinhos de chocolate, para que crianças imitassem o hábito de fumar dos adultos, na época considerado socialmente elegante. Em 2021, em decorrência da pandemia do coronavírus, sem conseguir pagar dívidas estimadas em cerca de R$ 209 milhões e com receio de falir, a Pan entrou com pedido de recuperação judicial.

O promotor Júlio Sérgio Abbud, no entanto, considera que a empresa, em razão da sua grande dívida tributária, não tem condições de manter suas atividades e pediu a decretação da falência. "A empresa é contumaz devedora do Fisco e se mostra desidiosa (negligente) no pagamento dos débitos fiscais existentes", afirmou à Justiça.

pedidos de falência
Créditos: ktsimage | iStock

A Pan declarou que o termo é "pejorativo" e "que sua inadimplência não é motivada por dolo", e que ocorreu em "razão de dificuldades econômicas severas, que foram agravadas pela pandemia do coronavírus". A empresa cita que foi obrigada a paralisar suas atividades em 2020, um mês antes da Páscoa. "O que seria a melhor época do ano para o setor virou um pesadelo para o ramo chocolateiro", afirmou à Justiça.

A empresa alegou que tem procurado regularizar seus débitos tributários e sobre a manifestação da promotoria, declarou que "incrédulos insistem nas tentativas de convencer o juízo da inviabilidade da empresa".

Ministério Público pede a falência da Pan, famosa pelos 'cigarros' de chocolate | Juristas
Créditos: nito/Shutterstock.com

De acordo com Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo, os débitos da Pan continuam em aberto e "sem busca concreta de equacionamento", já a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional afirmou que os acordos de renegociação da Pan foram desfeitos, pois a empresa não pagou as parcelas acertadas.

O pedido de falência ainda não foi analisado pela Justiça. O juiz Marcello Perino prorrogou o período de suspensão dos processos de cobrança, estabelecendo novo prazo para que a Pan apresente um plano de pagamento aos credores.

Cigarros de chocolate?!

Ministério Público pede a falência da Pan, famosa pelos 'cigarros' de chocolate | Juristas
Chocolate splash Autor sserg_dibrova _Depositphotos_8623301_S

Fundada em 1935 em São Caetano do Sul (SP), a Pan criou os cigarrinhos de chocolate, com uma caixa que lembrava um maço de cigarros e tinha a fotografia de um garoto segurando o doce como se estivesse fumando. Na década de 90, o Ministério da Saúde proibiu que se continuasse a utilizar imagens de crianças na embalagem. A empresa mudou o nome do produto para "Rolinhos de Chocolate" e o garoto da embalagem passou a fazer o sinal de positivo.

Com informações do UOL.


Fique por dentro de tudo que acontece no mundo jurídico no Portal Juristas, siga nas redes sociais: FacebookTwitterInstagram e Linkedin. Adquira seu registro digital e-CPF e e-CNPJ na com a Juristas Certificação Digital, entre em contato conosco por e-mail ou pelo WhatsApp (83) 9 93826000.

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Empresa condenada por uso indevido de marca registrada

A 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que uma empresa cessasse a venda de roupas que utilizavam indevidamente uma marca registrada por outra empresa do mesmo segmento.

Modelo de contrato de prestação de serviços de Personal Trainer para Triatetlas

O presente contrato tem por objeto a prestação de serviços de personal trainer especializado em treinamento para triatletas, com o objetivo de melhorar o desempenho do Contratante nas modalidades de natação, ciclismo e corrida.

Empresa de fotos e vídeos condenada por falha em filmagem de casamento

A 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou a decisão da Comarca de Lavras que responsabilizou uma empresa de fotografia e vídeo a pagar R$ 10 mil por danos morais e R$ 1,4 mil por danos materiais a uma noiva, devido a falhas na filmagem de seu casamento.

Homem trans será indenizado por não ter nome social reconhecido em registro bancário

A 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) alterou uma decisão inicial e determinou que um banco indenize um homem trans em R$ 10 mil por danos morais devido ao não reconhecimento do seu nome social nos registros bancários.