Artigos

Clubhouse para advogados: como a nova rede social pode beneficiar profissionais

O uso das redes sociais e aplicativos de comunicação na advocacia não são nenhuma novidade. Porém, o que dizer do uso do Clubhouse para advogados? Será que a nova rede social vai atrair profissionais do mercado jurídico?

Créditos: Divulgação / App Store

Na última semana, o Clubhouse foi destaque na mídia mundial. Acessível apenas para convidados que possuem um iPhone, a nova rede funciona através de grupos criados pelos próprios usuários, cujos administradores podem compartilhar mensagens de voz.

Embora o Clubhouse não pareça muito diferente de outras redes e aplicativos existentes, a novidade é que ele permite apenas a interação síncrona, ou seja, a interação só pode ocorrer em tempo real e a discussão não fica gravada.

Enquanto outras ferramentas de áudio permitem que o usuário ouça o conteúdo no seu tempo, o Clubhouse tão somente autoriza que os usuários tenham acesso ao conteúdo no momento em que ele é divulgado.

No dia a dia da advocacia, o Clubhouse pode ser bastante útil e facilitar a rotina do advogado. Se você quer entender mais sobre como funciona o Clubhouse e de que maneira ele pode beneficiar você ou o seu escritório, não deixe de conferir!

Clubhouse: como funciona?

Há quem diga que o Clubhouse é uma espécie de fórum com mensagens de voz. Outros definem a nova rede social como “um podcast ao vivo com plateia fechada”. Enfim, mais do que criar uma nova analogia, é mais fácil entender como a rede funciona.

Como explicamos, para participar do Clubhouse é necessário ser convidado e ser usuário do sistema iOS da Apple. Uma vez na rede, o novo integrante pode chamar mais duas pessoas para fazer parte e interagir com os demais participantes.

Ao se cadastrar, é necessário inserir algumas informações sobre áreas de interesse, para que a própria rede social indique grupos de afinidade. Por fim, ao se cadastrar, o usuário pode criar seus próprios grupos e compartilhar seus áudios.

As mensagens de voz só podem ser transmitidas pelos próprios administradores/moderadores dos grupos ou usuários que ele autoriza. Em outras palavras, o papel do administrador é definir quem fala e quem escuta no grupo. Como as mensagens de voz só ficam disponíveis em tempo real, quem não estiver ativo ou participando, acaba perdendo o conteúdo.

Clubhouse para advogados: como usar?

Embora a nova rede social conte com funcionalidades bem interessantes, ainda é cedo para afirmar que o Clubhouse vai ou não vingar. Casos de extinção envolvendo o universo das redes sociais não são raros, já que a adesão de usuários é um elemento crucial para que uma rede social se mantenha no ar.

Nesse sentido, pode-se dizer que o lançamento do Clubhouse foi bastante estratégico. Afinal, limitando o acesso aos usuários, cria-se um ambiente de escassez, tornando a adesão mais desejada.

Independentemente da rede vingar ou não, o Clubhouse pode ser bastante útil para o mercado jurídico. Mais do que usar essa rede como um fórum de discussão de temas relevantes do meio jurídico, o Clubhouse é um ótimo recurso para aprimorar o trabalho remoto.

Durante a pandemia, muitos advogados perceberam que manter um escritório funcionando a distância vai muito além de mandar o time de advogados para trabalhar em casa. Assim como ocorreu em inúmeros setores, o home office apresentou diversos desafios. E, para manter a alta produtividade e não perder clientes, advogados e escritórios precisaram rever seus processos internos, adotar ferramentas e criar uma nova cultura para todos os profissionais. Com o Clubhouse, no entanto, é possível aproximar todo o time e promover maior engajamento durante as reuniões e discussões sobre casos. Além disso, a ferramenta pode ajudar a resgatar a convivência que foi perdida em razão do distanciamento.

Outra vantagem da ferramenta é que assuntos sigilosos, do escritório de advocacia ou mesmo de clientes, podem ser conversados com mais segurança. Como as mensagens ficam acessíveis somente em tempo real e com bloqueio de gravação no aparelho celular, não existe o perigo de transmissão de áudios e conversas que devem ficar restritas a um número determinado de pessoas.

Por fim, a rede pode ser interessante para a realização de treinamentos e capacitação do time. Como ela é mais participativa do que uma apresentação no Zoom, o engajamento e a assimilação dos conteúdos podem ser maiores.

Se olharmos apenas para as funcionalidades do Clubhouse, ele não é uma ferramenta inovadora, já que o Zoom ou mesmo o WhatsApp já possuíam recursos semelhantes. No entanto, a inovação foi justamente trazer essas funcionalidades para o ambiente de uma rede social, além melhorar aspectos de usabilidade.

O uso das redes sociais e aplicativos de comunicação e restrições do Código de Ética

O uso das redes sociais e aplicativos de comunicação pelo advogado representam inúmeras vantagens. Contudo, devem observar os limites impostos pelo Código de Ética da OAB.

Recentemente, o posicionamento do TED da OAB/MG informando que o uso do Tik Tok por advogados não é adequado mostra como o uso das redes sociais e aplicativos de comunicação podem encontrar barreiras com a discrição intrínseca à profissão.

Quando se trata do uso das redes sociais, tanto o Provimento 94/00 da OAB quanto o Código de Ética e Disciplina (CED) são claros ao determinar que a publicidade na advocacia é permitida, desde que o conteúdo veiculado através dela seja meramente informativo. O advogado, portanto, pode investir em estratégias de mídias sociais, porém, o conteúdo divulgado deve ser informativo e não comercial.

No caso de ferramentas que possibilitam a interação por voz, como é o WhatsApp e o próprio Clubhouse, o Código de Ética da OAB veda a prestação de serviços ou mesmo de assessoria, sem que haja a devida cobrança. Assim, é importante alertar o cliente sobre eventuais cobranças, se o uso da rede envolva esclarecimentos sobre casos ou consultorias.

Para profissionais que querem usar o WhatsApp como forma de prestar atendimento mais ágil aos seus clientes, ou querem usar o Clubhouse como forma de aproximar o relacionamento online, a dica é estabelecer regras e deixa-las claras para que não haja desentendimentos ou estresse no futuro. Advogados que usam o sistema iOS da Apple e já querem testar as possibilidades do Clubhouse é só baixar o aplicativo.

Você usa redes sociais e aplicativos de comunicação no dia a dia? O que acha sobre o Clubhouse para advogados?

*Artigo escrito em co-autoria com a jurista Helga Lutzoff Bevilacqua

Postagens recentes

Modelo - Proposta de Serviços de Advocacia para Obtenção da Cidadania Portuguesa

Modelo - Proposta de Serviços de Advocacia para Obtenção da Cidadania Portuguesa [Data] [Seu Nome ou Nome do Escritório de… Veja Mais

16 horas atrás

Modelo de Proposta de Serviços de Advocacia Migratória

Nosso escritório de advocacia se especializa em direito migratório, oferecendo uma gama completa de serviços legais para auxiliar nossos clientes… Veja Mais

23 horas atrás

Modelo de Recurso para JARI por dirigir veículo sem CNH

ILUSTRÍSSIMO(A) SENHOR(A) PRESIDENTE DA JUNTA ADMINISTRATIVA DE RECURSOS DE INFRAÇÕES (JARI)   [Nome do Órgão de Trânsito que aplicou a… Veja Mais

2 dias atrás

Modelo Recurso - JARI - Uso Indevido de Película Refletiva (Insulfilm)

De acordo com a Resolução nº 254 do CONTRAN, que regulamenta o uso de películas refletivas em veículos automotores, a… Veja Mais

2 dias atrás

Modelo de Recurso - JARI - Estacionamento Proibido

ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA JUNTA ADMINISTRATIVA DE RECURSOS DE INFRAÇÕES - JARI     [Nome do Órgão de Trânsito que… Veja Mais

2 dias atrás

Modelo de Inicial – Procedimento Comum - Modelo Genérico - NCPC

PETIÇÃO INICIAL – PROCEDIMENTO COMUM – MODELO BÁSICO – NOVO CPC EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA …ª VARA ________ DA… Veja Mais

3 dias atrás

Newsletter

Assine e fique por dentro das novidades.
- Advertisement -

APLICATIONS

Casal que não conseguiu se hospedar em hotel será indenizado

0
O juiz Marcelo Augusto de Moura, da 2ª Vara Cível do Foro de Franca, condenou uma empresa de viagens a indenizar casal que não conseguiu se hospedar em hotel nos Estados Unidos. Os valores foram fixados em R$ 10 mil a título de danos morais e R$ 1.040,10 pelos danos materiais sofridos. Consta dos autos que...