Avianca condenada a pagar R$ 12 mil a cliente que teve mala extraviada

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A empresa aérea Avianca foi condenada a pagar R$ 12 mil de danos morais a cliente que teve a mala perdida durante viagem realizada de São Paulo para Fortaleza, em janeiro de 2013. A decisão é do juiz Cristiano Rabelo Leitão, titular da 37ª Vara Cível de Fortaleza.

Segundo o consumidor, além de roupas e produtos de higiene pessoal, na mala extraviada estavam documentos importantes como a carteira de trabalho, via do seguro-desemprego e uniformes da empresa a qual foi contratado para trabalhar em Fortaleza. Conforme narrou, ao chegar no destino e perceber que a mala não havia chegado, entrou em contato com a companhia aérea, mas não obteve nenhuma solução.

Três meses após o extravio, a Avianca, através de e-mail, propôs o ressarcimento de R$ 745,11, o que foi negado pelo cliente. Diante do impasse, ingressou na Justiça requerendo indenização por danos morais e materiais.

A empresa informou que empreendeu todos os esforços para encontrar a mala, mas sem êxito. Disse ainda que o autor não discriminou os bens que levava na viagem, o que tornaria improcedente o pedido de reparação moral. Além disso, ele teria despachado como bagagem itens proibidos, que deveriam ter sido levados na mão.

Para o magistrado, entretanto, “ao contrário do que afirmou a ré, o mero extravio caracteriza o dano moral, independentemente de algum prejuízo concreto sofrido pelo prejudicado”. Ainda de acordo com ele, a existência de itens que não poderiam ser levados na bagagem despachada não exonera a empresa, uma vez que lhe caberia o cuidado para evitar essa prática, com clara e expressa advertência aos passageiros.

Sobre a indenização material, o juiz acrescentou que o consumidor não apontou o valor dos objetos perdidos, o que impede o deferimento do pedido.

Fonte: Tribunal de Justiça do Ceará

Wilson Roberto
Wilson Robertohttp://www.wilsonroberto.com.br
Empreendedor Jurídico, bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Federal da Paraíba, MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, professor, palestrante, empresário, Bacharel em Direito pelo Unipê, especialista e mestre em Direito Internacional pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa. Foi doutorando em Direito Empresarial pela mesma Universidade. Autor de livros e artigos.

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