O médico Bruno Ceranto, residente do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo, está sendo processado por publicar uma mentira, envolvendo duas crianças. Em uma publicação postada em seu instagram e compartilhada na página “Razões Para Acreditar”, Ceranto inventa a história de uma cirurgia extremamente complexa e delicada de apendicite, na qual ele teria salvo a vida da criança, que aparecia ao seu lado na foto.
Além do texto e da foto da criança, o medico também compartilhou uma carta e um desenho, segundo ele feitos pela criança. A família do menino, que nunca teve problemas no apêndice, processou o criador da história em R$ 80 mil por danos morais.
De acordo com o UOL, a família só ficou sabendo da “estória”, após a divulgação no perfil “Razões Para Acreditar” que conta com com mais de 3 milhões de seguidores. Uma tia do menino entrou em contato com a mãe dele perguntando se estaria tudo bem após tal “cirurgia de grande porte”. A mãe, segundo o texto da ação, teria ficado “estarrecida e indignada”. Utilizando da imagem dos filhos dela, o residente contou na rede social ter atendido o caçula em um plantão hospitalar há cerca de três meses com um “quadro de dor abdominal intensa”. Na época, a família morava em Goiás. Ele também mudou a idade dos meninos, de 3 e 6 anos, para 6 e 7 anos, respectivamente.
Segundo a mãe, o médico teria as abordado a família no dia 25 de junho em Heliópolis oferecendo presentes em troca de uma foto, apenas para “comprovar a doação dos brinquedos”. A família, de Cidade Ocidental, Goiás, morava em São Paulo há quatro dias. A mãe dos meninos teria ficado constrangida e desconfiada, mas acabou permitindo que Ceranto doasse os brinquedos e fotografasse as crianças, sem imaginar que o médico utilizaria a imagem de seus filhos para publicar em redes sociais.
Com a repercussão do caso, o médico se retratou publicamente, em suas redes sociais. A defesa de Ceranto nega que ele tenha feito isso para “se promover” e não se responsabiliza pela divulgação da postagem no perfil “Razões Para Acreditar”. “Foi um ato ingênuo, impensado e infantil, mas que na nossa visão não gerou grandes repercussões. Não negamos o fato, apenas vamos discutir a extensão do dano. Não houve nenhum desdobramento, seja do ponto de vista ético, civil ou criminal”, afirmou o advogado de Ceranto.
O Hospital do Servidor Público Municipal afirma que “nada consta nos registros para atendimentos no nome da criança”. Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Saúde informou, que o médico é “integrante do Programa de Residência Médica, sem vínculo funcional, com a carga horária de 60 horas semanais”. Também em nota, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo afirmou, que ainda “não foi notificado oficialmente e poderá abrir sindicância para investigar o caso”.
Além da denúncia envolvendo a postagem, Bruno Ceranto responde ainda a um processo por importunação sexual a uma médica dentro do hospital. Ele teria invadido o banheiro feminino para fotografar a colega, que estava grávida. O caso aconteceu em agosto de 2020.
Com informações do UOL.
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