LATAM deve indenizar por atraso de 24h em um voo

Data:

cancelamento de voo tam
Créditos: tupungato | iStock

Por unanimidade, os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais do Estado de Roraima, deram provimento ao Recurso Inominado, determinando que a LATAM Linhas Aéreas indenize em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), uma passageira, representada pelo advogado Ronald Rossi Ferreira do escritório de advocacia Ferreira, Santos & Ferreira, pelo atraso de 24h em um voo, o que ocasionou perda de compromisso pela passageira.

De acordo com os autos do Recurso Inominado (0837833-12.2019.8.23.0010), no dia 23/11/2016, a recorrente comprou uma passagem com trecho Boa Vista / Goiânia, com partida prevista para às 13h45 e chegada às 23h31. No entanto, por conta de um atraso de 5h na decolagem, só chegou a Brasília para fazer conexão, à 1h do dia seguinte, causando a perda da conexão para seu destino final.

Segundo ela, um novo voo só foi oferecido pela Ré para o horário às 12h, inviabilizando o compromisso profissional da autora. A Ré ofereceu transporte terrestre para a conclusão do trecho Brasília / Goiânia, aceito pela autora, que chegou ao seu destino final às 5h do dia 24/11/2016, porém sem nenhum tipo de fornecimento de alimentação. Diante dos fatos, a cliente requereu reparação moral no importe de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

A defesa da empresa alegou que houve atraso em razão da segurança mandatória para aprovação do plano de voo por parte das autoridades aeronáuticas. Dessa forma, ressaltou que a todo momento informou os passageiros das condições e alterações dos horários previstos. Dito isto, pugnou pela improcedência do pleito inicial.

O Juízo de origem decidiu pela improcedência da ação, entendendo que a ré comprovou que o atraso foi motivado pela demora na aprovação do plano de voo, sendo fortuito externo que é causa excludente de responsabilidade.

A cliente recorreu alegando que o Departamento de Controle de Espaço Aéreo não necessita de aprovação de plano de voo, pois atrasaria todos os voos e que além disso, o mesmo juízo havia decidido favoravelmente em outra ação sobre o mesmo caso.

Segundo o Juiz de Direito, Alexandre Magno Magalhães Vieira, relator do recurso, “não há mácula em relação ao juízo por decidir causas semelhantes de forma diversa, haja vista que os argumentos e provas podem ser diversos”.

Em seu voto ele frisou que a empresa deve estar preparada para cumprir as determinações normativas da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC e se não obteve a aprovação do plano de voo antecipadamente, “deve amargar a responsabilidade de não ter sido diligente” e frisou que, “é sua responsabilidade obter esta aprovação”.

Segundo ele, em função da falha, a recorrente sofreu quase 24h de atraso no seu itinerário. Cabendo a empresa aérea, reparar o dano. “Sendo assim, dou provimento ao recurso para condenar a recorrida ao pagamento de R$ 5.000,00 como verba reparatória dos danos morais”, concluiu.

Recurso Inominado nº 0837833-12.2019.8.23.0010 – Acórdão (inteiro teor para download).


 

Fique por dentro de tudo que acontece no mundo jurídico no Portal Juristas, siga nas redes sociais: FacebookTwitterInstagram e Linkedin. Adquira sua certificação digital e-CPF e e-CNPJ na com a Juristas Certificação Digital, entre em contato conosco por email ou pelo WhatsApp (83) 9 93826000

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Paraíba ganhará este ano Câmara de Mediação e Arbitragem

A Paraíba está prestes a dar uma valorosa contribuição...

Construção irregular em área de preservação permanente deve ser demolida e vegetação recuperada

Construções em áreas de preservação permanente (APP) que envolvam a remoção de vegetação só podem ser autorizadas em casos excepcionais, como em situações de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental. Em casos de degradação, é necessário que a área seja restaurada ao máximo, inclusive com a demolição de edificações existentes e recuperação da vegetação nativa.