Médica será indenizada em quase R$ 10 mil em ação contra Latam Airlines

Data:

Latam Airlines teria se recusado a oferecer opção de voo a passageira após cancelamento

Tam Linhas Aéreas (Latam Airlines)
Créditos: padchas / Shutterstock.com

Em março de 2016, a médica Soraya Furtado Roberto teve seu voo partindo de Recife com destino a São Paulo cancelado poucas horas antes do embarque.

Na ocasião, a empresa aérea Latam Airlines comunicou que se tratava de uma manutenção não programada da aeronave que cumpriria o trajeto e que o próximo voo da companhia que a levaria a seu destino sairia apenas pela manhã (inicialmente, o voo estava marcado para 00:05).

A médica salientou que haveria de honrar um compromisso inadiável em seu destino, logo pela manhã, e que o atraso a impediria de chegar a tempo. Frente a esse esclarecimento, o serviço de atendimento ao cliente da Latam Airlines permaneceu irredutível, dizendo que não haveria nenhum voo antes daquele que sairia pela manhã, tampouco apresentou alternativas para que a passageira pudesse chegar em tempo a São Paulo.

Visto esse quadro, restou a médica embarcar em um voo da Gol Linhas Áreas que partiu em horário compatível com seu compromisso. Essa nova passagem adquirida custou R$ 1.324,54 a Soraya Furtado Roberto, o que a levou a entrar com ação por danos matérias e morais contra a Latam com o advogado Wilson Furtado Roberto do escritório Wilson Roberto Consultoria e Assessoria Jurídica. 

Descumprimento de resolução da Agência Nacional de Aviação – ANAC

Em decisão da 2ª Vara Cível do Foro Regional II – Santo Amaro – SP, proferida pelo juiz Caio Moscariello Rodrigues, a Latam Airlines foi condenada a indenizar a parte autora em R$ 1.324,54, valor que deve ser acrescido de 1% de juros ao mês. Ademais, o pedido de indenização por danos morais no valor de R$ 15.000,00 foi parcialmente atendido, uma vez que o magistrado sentenciou a empresa área a pagar R$ 8.000,00.

A decisão foi baseada, principalmente, na Resolução nº 400/2016 da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, que prevê a oferta de alternativas a passageiros cujos voos foram cancelados. Veja o que diz um trecho da resolução:

  • “É obrigação da companhia área oferecer alternativas de reacomodação, reembolso e execução do serviço por outra modalidade de transporte”.

Ao suscitar esse trecho da resolução n° 400/2016 da ANAC em sua decisão, o juiz afirmou se tratar de uma clara deformidade do serviço prestado pela Latam. Com isso, a empresa deveria arcar com a referida indenização por danos materiais.

Ao mesmo tempo, o fato de a passageira ter que buscar um encaminhamento para seu caso a partir de própria diligência, em meio a madrugada, configuraria claro dano moral a sua pessoa. Disso decorreria a indenização no valor de R$ 8.000,00.

Esta notícia faz referência ao processo de n° 1100624-75.2016.8.26.0100 TJ/SP

Baixe também o inteiro teor da decisão em formato PDF.

Saiba mais:

2 COMENTÁRIOS

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Concessionária de energia é condenada a indenizar usuária por interrupção no fornecimento

A 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de uma concessionária de energia ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais a uma usuária que ficou sem fornecimento de energia elétrica por quatro dias, após fortes chuvas na capital paulista em 2023. A decisão foi proferida pelo juiz Otávio Augusto de Oliveira Franco, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Vila Prudente.

Homem é condenado por incêndio que causou a morte do pai idoso

A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação de um homem pelo crime de incêndio que resultou na morte de seu pai idoso. A decisão, proferida pela Vara Única de Conchal, reduziu a pena para oito anos de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.

Remuneração por combate a incêndio no Porto de Santos deve se limitar ao valor do bem salvo

A 9ª Vara Cível de Santos condenou uma empresa a pagar R$ 2,8 milhões a outra companhia pelos serviços de assistência prestados no combate a um incêndio em terminal localizado no Porto de Santos. O valor foi determinado com base no limite do bem efetivamente salvo durante a operação.

Casal é condenado por expor adolescente a perigo e mantê-lo em cárcere privado após cerimônia com chá de ayahuasca

A 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a condenação de um casal pelos crimes de sequestro, cárcere privado e exposição ao perigo à saúde ou vida, cometidos contra um adolescente de 16 anos. A decisão, proferida pela juíza Naira Blanco Machado, da 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, fixou as penas em dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção, substituídas por prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo.