Polícia Federal faz operação contra empresários que defendiam um golpe de Estado em grupo no whatsApp

Data:

Alexandre de Moraes - Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Créditos: Rogerio Cavalheiro / Shutterstock.com

Cumprindo determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta terça-feira (23) mandados de busca e apreensão em endereços de oito empresários.

Eles são alvos da operação por enviarem mensagens que defendiam um suposto golpe de Estado em um grupo do WhatsApp, em caso de vitória de Luís Inácio Lula da Silva e derrota de Jair Bolsonaro, nas eleições presidenciais de 2022.

Polícia Federal faz operação contra empresários que defendiam um golpe de Estado em grupo no whatsApp | Juristas
Polícia Federal (PF) – Salvador
Autor joasouza

Planejar e apoiar tentativas de ruptura do Estado Democrático de Direito é considerado crime estando previsto no Código Penal, podendo resultar em pena de 4 a 8 anos de prisão.

Além dos mandados de busca e apreensão, o magistrado determinou o bloqueio das contas bancárias dos empresários, assim como o bloqueio das contas dos envolvidos nas redes sociais, a tomada de depoimentos e a quebra de sigilo bancário.

Polícia Federal faz operação contra empresários que defendiam um golpe de Estado em grupo no whatsApp | Juristas
Policia Federal
Autor joasouza _Depositphotos_443032558_S

As operações são realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.

Quem são os investigados e o que disseram em algumas das conversas:

1. Luciano Hang, dono da Havan

Hang é apoiador declarado de Bolsonaro desde 2018. Ele é uma das pessoas mais ricas do mundo, com uma fortuna de R$ 15 bilhões, segundo a Forbes. Ele não aparece enviando mensagens nos prints divulgados pelo jornal Metrópoles, mas faz parte do grupo.

2. José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro

O proprietário do Barra World Shopping disse nas mensagens que prefere o golpe do que a volta do PT. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo.” O empresário ainda respondeu um membro do grupo. “Alguém aqui deu uma ótima ideia mas temos que ver se não é proibido. Dar um bônus em dinheiro ou um prêmio legal para todos os funcionários das nossas empresas.”

3. Afrânio Barreira, do Coco Bambu

Barrera é dono da rede de restaurantes Coco Bambu. Ele respondeu a mensagem de Koury com uma figurinha de um rapaz fazendo sinal de positivo.

4. Marco Aurélio Raymundo, o ‘Morongo’, da Mormaii

Dono da marca de roupas de surf, foi um dos empresários que mais apareceu nos prints divulgados. Em resposta a Koury sobre “dar um bônus em dinheiro ou um prêmio legal para todos os funcionários das nossas empresas”, ele disse: “Acho que seria compra de votos… complicado”.

Para Morongo, “Golpe foi soltar o presidiário!!! Golpe é o ‘supremo’ agir fora da constituição! Golpe é a velha mídia só falar m…”.

Ele ainda comenta sobre os eventos que ocorrerão no dia 7 de setembro. “O 7 de setembro está sendo programado para unir o povo e o exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro”.

Em outra mensagem o empresário comenta: “Se for vencedor o lado que defendemos o sangue das vítimas se tornam sangue de heróis! A espécie humana SEMPRE foi muito violenta. Os ‘bonzinhos’ sempre foram dominados… É uma utopia pensar que sempre as coisas se resolvem ‘na boa’. Queremos todos a paz, a harmonia e mãos dadas num mesmo objetivo… masssss quando o mínimo das regras que nos foram impostas são chutadas para escanteio aí passa a valer sem a mediação de um juiz. Uma pena, mas somente o tempo nos dirá se voltamos a jogar o jogo justo ou vai valer pontapé no s… e dedo no olho.”

5. Ivan Wrobel, sócio da W3 Engenharia

Wrobel é um empresário de família polonesa judia e estudou no Instituto Militar de Engenharia (IME), durante a Ditadura Militar.

No grupo, ele desafiou o STF: “Quero ver se o STF tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público.”Em resposta a Morongo, ele concordou: “Exatamente isso!”.

6. José Isaque Peres, empresário e economista

Peres é fundador e acionista do grupo Multiplan, rede de shoppings espalhados pelo Brasil. Nos prints divulgados, ele aparece dizendo: “Lula só ganha se houver fraude grossa!”

7. Luiz André Tissot, da Sierra Móveis

Dono de uma empresa especializada em móveis de luxo, Tissot enviou no grupo que “O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo, 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”.

8. Meyer Joseph Nigri, fundador da Tecnisa

Nigri é um empresário de grande influência no governo federal. Segundo o jornal Metrópoles, ele encaminhou um texto com diversos ataques ao STF, no dia oito de agosto. Em seguida, encaminhou: “Leitura obrigatória”, mensagem que não foi escrita originalmente por ele. “O STF será o responsável por uma guerra civil no Brasil.”

Com informações do G1 e UOL.


Fique por dentro de tudo que acontece no mundo jurídico no Portal Juristas, siga nas redes sociais: FacebookTwitterInstagram e Linkedin. Adquira seu registro digital e-CPF e e-CNPJ na com a Juristas Certificação Digital, entre em contato conosco por e-mail ou pelo WhatsApp (83) 9 93826000.

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Paraíba ganhará este ano Câmara de Mediação e Arbitragem

A Paraíba está prestes a dar uma valorosa contribuição...

Construção irregular em área de preservação permanente deve ser demolida e vegetação recuperada

Construções em áreas de preservação permanente (APP) que envolvam a remoção de vegetação só podem ser autorizadas em casos excepcionais, como em situações de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental. Em casos de degradação, é necessário que a área seja restaurada ao máximo, inclusive com a demolição de edificações existentes e recuperação da vegetação nativa.