Especialistas apontam para despreparo da polícia brasileira e para modus operandi dos hackers por trás dos golpes
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Pois bem, muitas pessoas ainda não têm esse discernimento e acabam sendo vítimas de algum vírus malicioso que formatam celulares e subtraem do aparelho dados bancários ou qualquer informação que seja de algum valor para quem aplica esse tipo de golpe.
Especulando a cerca dessa situação, muitas pessoas se perguntam: por que quem está por trás desses crimes cibernéticos nunca é punido? Em resposta a essa indagação, especialistas apontam para o modus operandi dos hackers e a falta de preparo da polícia brasileira para lidar com esse tipo de crime.
Modus operandi dos hackers
O principal motivo para falta de punição para esse tipo de crime diz respeitos ao modus operandi dos hackers. Na grande maioria dos casos, o servidor o qual eles estão operando está hospedado em um país diferente de onde o golpe é aplicado. Ademais, não é raro o criminoso estar em um terceiro país. Ou seja, vítima, criminoso e servidor, costumeiramente, encontram-se em países distintos.
Tal condição impõe sérias dificuldades aos trabalhos de investigação. Isso porque, como cada território está sujeito a um tipo de legislação, qualquer esforço de apuração do ocorrido demanda o cumprimento de uma série de formalidades, o que leva bastante tempo e trabalho, desestimulando as vítimas a buscar a punição dos hackers e um eventual reparo pelo prejuízo obtido.
Pense, por exemplo, na situação dos servidores. Por via de regra, o envio de informações sigilosas advindas de bases de dados sediadas em países estrangeiros se dá a partir de acordos diplomáticos firmados entre países. Na ocasião de não existir nenhum acordo, a cessão de dados para investigação criminal é bastante improvável, pois não há nenhum dispositivo legal que obrigue determinado país a realizar esse tipo de trabalho.
Despreparo da polícia
Não podemos deixar de citar o despreparo de nossas polícias para investigar crimes cibernéticos. Nesse sentido, devemos salientar que na grande maioria dos estados faltam delegacias e aparato de investigação próprios para lidar com esse tipo de demanda.
Como rara exceção podemos citar a Polícia Civil do estado de São Paulo que mantém uma delegacia para investigação de crimes cibernéticos, mas que ainda assim enfrenta sérias dificuldades para dar encaminhamento aos casos os quais são responsáveis.
(Com informações do Estado de São Paulo)