Ação trata de suposta associação criminosa entre o político e o empresário Joesley Batista
A Justiça Federal de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 128 milhões em ativos financeiros do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG). Os valores dizem respeito ao total apurado em decorrência da suposta associação criminosa do ex-senador no caso Joesley Batista, do Grupo J&F.
A decisão é do juiz federal João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal de São Paulo (SP), e também ordena o bloqueio de R$ 226 milhões de outros 15 investigados e mais cinco empresas.
O magistrado acolheu a representação do Ministério Público Federal no caso. O MPF aponta indícios de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
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Segundo o juiz, as evidências do total bloqueado constam em documentos apresentados por executivos do Grupo J&F, diálogos gravados, relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras e nas investigações da Operação Patmos, da Polícia Federal.
“Os indícios apresentados pela autoridade policial vinculam os investigados a possíveis acertos escusos, envolvendo vantagens indevidas em razão de cargos públicos, assim como movimentação financeira suspeita indicativa de eventual delito de lavagem de dinheiro […]. Encontra-se, portanto, demonstrado o fumus boni juris (fumaça do bom direito) para a decretação da medida de sequestro ora requerida”, afirma o juiz.
Consta dos autos que Aécio teria recebido cerca de R$ 128 milhões entre as eleições de 2014 e a compra de um prédio ligado ao jornal Hoje em Dia, além de prestações pagas por meio da Rádio Arco Íris, de propriedade da mãe e da irmã do deputado.
Segundo as investigações, o ex-senador e ex-candidato a presidente teria prometido influência no futuro governo em troca de R$ 100 milhões para a campanha ao Executivo e apoio político em ações de empresas ligadas ao Grupo J&F.
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Notícia produzida com informações da Assessoria de Imprensa da Justiça Federal de São Paulo.