Marketing jurídico digital, como fazer sem infringir o Código de Ética da OAB

Data:

Para promover a marca, fidelizar clientes e fazer prospecções, seja para advogados ou escritórios, o marketing jurídico digital é fundamental

Marketing Jurídico Digital - Código de Ética da OAB
Créditos: LEANDRO AGUILAR / Pixabay

Advogados ou escritórios de advocacia funcionam como uma empresa que têm como objetivo oferecer serviços jurídicos. Partindo desse pressuposto, ambos podem se beneficiar com o marketing jurídico digital – peça-chave para conectar o serviço ao cliente. 

O marketing digital diz respeito a estratégias online pensadas para impulsionar um negócio. Ao executá-lo respeitando a seriedade da profissão e as restrições da Ordem dos Advogado do Brasil (OAB), temos como resultado o marketing jurídico digital. Com ele, é possível:

  • Aumentar o número de clientes
  • Aprimorar o relacionamento com clientes
  • Fidelizar clientes
  • Tornar-se referência no segmento jurídico

Considerando que 96% dos brasileiros usam o Google para pesquisar produtos e serviços de Pequenas e Médias Empresas (PMEs) e que passamos quase cinco horas diárias nas redes sociais, estar presente nas principais plataformas digitais é uma forma de ser visto – e quem não é visto não é lembrado. 

Porém, a profissão de advogado é uma das mais complexas que existem, uma vez que é capaz de afetar vidas, e, assim como o caso de médicos com seus Conselhos Regionais de Medicina (CRM), é olhada de perto pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que dita o que pode ou não ser feito para divulgar os serviços advocatícios.

Advogados aguardam modernização

Em 2019, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) abriu uma consulta sobre novo provimento para modernizar as regras de publicidade e propaganda para advogados, e aguarda uma brecha na pandemia para aprová-lo.

No provimento em questão, 79% dos advogados disseram querer utilizar plataformas digitais para intermediar e divulgar seus serviços. A adoção é ainda mais urgente e relevante no contexto do novo Coronavírus (Covid-19), uma vez que a crise potencializou o uso de meios digitais.

Embora as regras em vigor existam desde 2000, elas estão defasadas. Até haver qualquer aprovação, os advogados ainda estão submetidos a elas. 

As normas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em seu Código de Ética e Disciplina, bem como no Estatuto da Advocacia e no Provimento 94/00, fazem uma distinção entre “publicidade” e “propaganda”. 

A publicidade informativa é autorizada, bem como a divulgação pessoal e do currículo do advogado ou escritório de advocacia, endereços, horários de atendimento, entre outros. O que não é permitido é a “propaganda”, ou seja, mencionar clientes, usar expressões persuasivas, egocêntricas e comparativas e oferecer-se para atender determinado caso. 

5 estratégias de marketing digital para advogados e escritórios

Por fornecer informações e orientações sobre a legislação brasileira, o marketing de conteúdo é uma das estratégias mais seguras para evitar deslizes com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, ainda, uma das mais eficazes do mercado. Saiba como fazer:

Blog para advogados

É essencial que o advogado ou escritório de advocacia em questão tenha um sítio virtual no qual possa divulgar seus serviços, mas também onde possa iniciar um blog para incluir dicas e soluções de qualidade a seu público-alvo (persona), ou seja, a seu contratante. 

A otimização SEO (Search Engine Optimization), ou seja, otimização para motores de busca, é essencial. Procure trabalhar com palavras-chaves de cauda longa focadas na área de atuação do profissional. 

E-mail marketing para advogados

Quando bem feito, o envio de e-mail marketing pode ser muito útil para converter os usuários, desde que eles autorizem o recebimento de mensagens – a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não permite o envio de mala direta para quem não assinou uma lista. 

Para ser assertivo, o envio deve ser personalizado por grupos de interesse e outras semelhanças, de modo que o conteúdo enviado seja de real interesse do público. Isso também evita que o usuário reporte as mensagens como Spam (Sending and Posting Advertisement in Mass). 

Redes sociais para advogados

As redes sociais dão visibilidade para o profissional e/ou escritório de advocacia, e, ainda, o deixam mais próximo a seus clientes, pois é possível, por exemplo, dar dicas, comentar temas jurídicos do seu nicho, fazer lives e webinários, etc.

Entre as redes sociais que têm apelo para o direito, estão o Instagram, o Facebook, o YouTube, o Pinterest, entre outras.

É essencial direcionar os posts, áudios e vídeos das redes sociais para que os usuários tenham acesso ao site ou a uma forma de contato com o advogado, como o WhatsApp e o Telegram.

Outra coisa, não é porque existem diversas redes sociais que você vai estar em todas. É preciso entender o seu público-alvo e até mesmo a linha editorial que você quer ter em seu escritório de advocacia. Se for Direito Empresarial, por exemplo, o Linkedin já é o mais indicado. Por isso, é importante essa análise para você não jogar energia em uma rede social que não vai te trazer benefícios nem a curto nem a longo prazo. 

Linkedin para advogados

O LinkedIn é uma a rede social que mais ajuda a consolidar a imagem do advogado no meio digital, tendo em vista que está associado à credibilidade e confiabilidade. Também é uma alternativa ideal para tornar a rede de relacionamentos mais robusta.

Na plataforma, o causídico deve se posicionar de forma consultiva e os conteúdos podem ser mais aprofundados, já que o público-alvo é qualificado. 

Podcasts para advogados

O formato está ganhando terreno no Brasil, mas os podcasts de advocacia ainda são pouco explorados. Logo, gravar um podcast é um diferencial para fortalecer e propagar a imagem do profissional.   

Os episódios podem ser divulgados gratuitamente em plataformas como Spotify, Clubhouse e Deezer. O tamanho ideal é de até 40 minutos, e o host pode convidar colegas de profissão para debater assuntos ou se aprofundar sozinho em determinados temas. 

O marketing jurídico digital pode ser aplicado a partir de diversas estratégias. O trabalho, entretanto, é árduo e demanda consultores especializados. Como disse Philip Kotler, um dos mais influentes gurus na área de marketing: “Participação no mercado não se compra. Descubra uma maneira de ganhá-la”.

Quer ficar por dentro de todas as novidades do mercado jurídico e saber mais sobre o advogado e a tecnologia? Então, confira as tendências para o mercado jurídico em 2021.

*Artigo escrito em co-autoria com Carolina Peres.

Marketing Jurídico Digital
Créditos: LEANDRO AGUILAR / Pixabay

3 COMENTÁRIOS

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Concessionária de energia é condenada a indenizar usuária por interrupção no fornecimento

A 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de uma concessionária de energia ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais a uma usuária que ficou sem fornecimento de energia elétrica por quatro dias, após fortes chuvas na capital paulista em 2023. A decisão foi proferida pelo juiz Otávio Augusto de Oliveira Franco, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Vila Prudente.

Homem é condenado por incêndio que causou a morte do pai idoso

A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação de um homem pelo crime de incêndio que resultou na morte de seu pai idoso. A decisão, proferida pela Vara Única de Conchal, reduziu a pena para oito anos de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.

Remuneração por combate a incêndio no Porto de Santos deve se limitar ao valor do bem salvo

A 9ª Vara Cível de Santos condenou uma empresa a pagar R$ 2,8 milhões a outra companhia pelos serviços de assistência prestados no combate a um incêndio em terminal localizado no Porto de Santos. O valor foi determinado com base no limite do bem efetivamente salvo durante a operação.

Casal é condenado por expor adolescente a perigo e mantê-lo em cárcere privado após cerimônia com chá de ayahuasca

A 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a condenação de um casal pelos crimes de sequestro, cárcere privado e exposição ao perigo à saúde ou vida, cometidos contra um adolescente de 16 anos. A decisão, proferida pela juíza Naira Blanco Machado, da 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, fixou as penas em dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção, substituídas por prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo.