Levantamento revela que 8 em cada 10 empresas tiveram pelo menos um caso denunciado no último ano
Assédio moral é a principal denúncia dentro de empresas brasileiras. No último ano, 8 em cada 10 tiveram ao menos 1 caso denunciado. A estatística revela um quadro que pretende ser alterado pelo Projeto de Lei 4742/01. O texto sugere tipificar a prática como crime.
O PL já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e aguarda a apreciação do Senado. De acordo com o texto da proposta, quem “desqualificar reiteradamente, por meio de palavras, gestos ou atitudes” a auto-estima de alguém pode ser condenado de três meses a um ano de reclusão, além do pagamento de multa.
Os dados da ICTS Outsourcing foram apurados junto aos canais de denúncias de 213 empresas brasileiras. As informações revelam que pelo menos 71% das queixas são feitas anonimamente pela internet. Mostram ainda que os chefes lideram a prática, representando 75% dos denunciados.
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O levantamento demonstra uma demora na resolução desses casos devido a falta de provas, na maioria dos vezes a única “evidência” é o testemunho do assediado e do assediador. Entre 2017 e 2018, quase 35% das denúncias demoraram mais de 60 dias para uma conclusão.
De 2010 a 2017, a média de denúncia por empresa cresceu 58%. Para Antonio Carlos Hencsey, psicólogo e criminologista empresarial, é necessário um entendimento amplo sobre o tema e o desenvolvimento de ações preventivas e corretivas para combater o assédio moral no ambiente de trabalho.
“Uma empresa que consiga capturar e atuar sobre cinco denúncias qualificadas de assédio moral por ano, economizará cerca de R$ 100 mil ao evitar a judicialização destes casos”, afirma.
Ele ainda chama a atenção para os impactos decorrentes de uma exposição negativa da empresa, como ter vídeos vazados, áudios ou relatos de condutas moralmente agressivas entre os funcionários.
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